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Trégua na guerra tarifária e CPI dos EUA: o que movimenta os mercados

Após cinco pregões de quedas históricas, Donald Trump reduziu as tarifas para todos os países exceto a China

Donald Trump e Xi Jinping (Jim Watson/AFP)

Donald Trump e Xi Jinping (Jim Watson/AFP)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 10 de abril de 2025 às 08h11.

Nesta quinta-feira, 10, os mercados globais repercutem o que pode ser o início de uma trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Após cinco pregões de forte queda, o presidente dos EUA, Donald Trump, reduziu as tarifas para países fora da disputa com Pequim, o que acalmou as bolsas internacionais.

Na quarta-feira, 9, Trump anunciou um corte temporário, por 90 dias, das tarifas recíprocas a outros países para 10%, mesmo tendo elevado as tarifas contra a China para 125%. A medida foi recebida com euforia pelos investidores, principalmente após o presidente dar sinais de conciliação com Xi Jinping. “Tenho certeza de que chegaremos a um acordo muito bom para os dois países”, afirmou Trump.

No radar

Com os investidores mais otimistas, as atenções se voltam agora para os dados de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que serão divulgados às 9h30 (horário de Brasília). A expectativa é de alta de 0,10% em março, desacelerando frente ao avanço de 0,20% em fevereiro. Na comparação anual, a projeção é de 2,6%, ante 2,8% no mês anterior.

O núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, deve subir 0,27% no mês. A taxa anualizada esperada é de 3%, abaixo dos 3,1% registrados em fevereiro. Analistas acreditam que os impactos das tarifas, ou mesmo da expectativa sobre elas, já comecem a aparecer em segmentos como o de bens industriais.

Também às 9h30, saem os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, com expectativa de alta para 223 mil solicitações, frente às 219 mil da semana anterior.

O dia também será movimentado por falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que poderão dar pistas sobre a política monetária americana. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que a trégua tarifária pode reduzir o impacto inflacionário, mas que o comitê ainda vê uma barreira alta para novos cortes de juros.

Outros cinco dirigentes do Fed discursam hoje, com destaque para Lorie Logan (Dallas), Jeffrey Schmid (Kansas), Michelle Bowman (no Senado), Austan Goolsbee (Nova York) e Patrick Harker (Filadélfia).

Na China, dados divulgados nesta semana mostraram que o índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,1% em março na comparação anual, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI) recuou 2,5%, sinalizando fraqueza na demanda doméstica. Em meio à tensão com os EUA, o Ministério do Comércio da China informou que o país irá intensificar negociações com a União Europeia, especialmente no setor automotivo.

No Brasil, o destaque da agenda é a divulgação do volume de serviços prestados em fevereiro, às 9h. Após três quedas seguidas, a maioria dos economistas consultados pelo Broadcast espera estabilidade no indicador.

Na agenda política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa nesta manhã, às 9h, da Reunião Extraordinária do Conselho de Administração de Itaipu, por videoconferência.

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