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TradersClub: inspiração na Coinbase para expansão 'explodir' com IPO

TC planeja captar R$ 700 milhões em oferta primária, segundo fontes a par da operação; empresa é uma das maiores plataformas de serviços para o investidor pessoa física

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3, que tem nova onda de IPOs | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3, que tem nova onda de IPOs | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Marcelo Sakate

Publicado em 20 de maio de 2021 às 00h47.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 09h20.

O TC, mais conhecido como TradersClub, deve entrar com um pedido de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, 20 de maio. A oferta deve movimentar 700 milhões de reais, segundo antecipado pela Reuters no início da noite de quarta-feira e confirmado com fontes a par da operação à EXAME Invest.

O plano é fazer da oferta um ponto de inflexão para acelerar ainda mais o crescimento da plataforma de conteúdo e serviços para o investidor pessoa física, segundo as mesmas fontes que tiveram acesso aos preparativos da operação. Em vez de produtos financeiros, o modelo do TC é o do SaaS (Software as a Service). As principais fontes de receita são a venda de assinaturas de conteúdo, serviços e cursos, sempre na área de investimento.

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O case de sucesso tomado como referência é o da listagem da Coinbase, a maior corretora de criptoativos do mundo, na Nasdaq há cerca de um mês. Na primeira semana como empresa pública, a empresa teve 2,7 milhões de downloads do seu aplicativo, com um crescimento de aproximadamente 300% em relação às médias então vigentes.

Com o processo de IPO na rua e, depois, com a estreia na bolsa, a avaliação é que um efeito semelhante possa acontecer com a plataforma do TC. Isso ampliaria justamente um dos pontos fortes da empresa, segundo as fontes.

Atualmente, o TC conta com cerca de 470.000 usuários na sua base, dos quais 100.00 são considerados ativos, pois entram ao menos uma vez por semana na plataforma. É uma comunidade de investidores que o TC vende como um dos seus principais ativos em relação ao que outros players do mercado financeiro oferecem (ou não oferecem).

Da base de usuários, 150.000 pagavam algum dos planos mensais, com valores que vão de 79,90 reais até 8.000 reais.

As receitas cresceram 700% no ano passado e devem apresentar novamente evolução de três dígitos neste ano. Estão atualmente próximas de 100 milhões de reais na taxa projetada (annual run rate). O ano de 2020 marcou o salto na expansão da companhia, passando de 30 para 200 funcionários (esse número dobrou para 400 em cinco meses neste ano).

A oferta deve ser 100% primária, o que significa que todos os recursos serão destinados para o caixa da companhia, em quatro frentes de negócios: marketing, contratações, tecnologia e aquisições (M&A). É uma estratégia que havia sido relatada pelos sócios à EXAME Invest no início de abril, quando ela anunciou a compra da Sencon, considerada a maior empresa em cálculo de tributos sobre ganhos com ações e emissão do Darf.

Originalmente voltada para o investidor em renda variável, um público-alvo hoje composto no Brasil pelas 3,7 milhões de investidores pessoas físicas, o TC está executando uma estratégia para se tornar uma plataforma de educação e serviços financeiros para um público muito mais abrangente, das dezenas de milhões de brasileiros que são potenciais investidores.

O IPO do TC, se bem-sucedido, vai coroar uma ascensão meteórica da empresa fundada no fim de 2016 por Pedro Albuquerque, Rafael Ferri e Israel Massa. Há cerca de 50 dias, o TC captou 72 milhões de reais em uma rodada com 50 investidores que fazem parte da base de clientes da plataforma. Eles compraram debêntures que serão convertidas em ações após a precificação da oferta, prevista para a primeira quinzena de julho.

A oferta pública do TC terá o BTG Pactual (BPAC11) como coordenador líder. Os demais bancos do sindicato ainda estavam sendo definidos na noite de quarta-feira.

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