Radar: petróleo recua quase 6% após ataque de Israel ao Irã não ser direcionado às instalações petrolíferas (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 09h02.
Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 10h14.
Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta na manhã desta segunda-feira, 28. Na Ásia, os mercados fecharam com valorização, liderados pela bolsa de Tóquio, que foi beneficiada pela queda do iene após o partido do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, perder a maioria parlamentar na eleição do final de semana. Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em alta, de olho em dados importantes na semana e balanços das big techs. Na contramão, as bolsas da Europa caem.
A resposta de Israel ao Irã após o bombardeio de mísseis iranianos em 1º de outubro aconteceu neste sábado, 26. De acordo com o exército de Israel, centenas de jatos israelenses realizaram três ondas de ataques antes do amanhecer contra fábricas de mísseis e outros locais perto de Teerã e no oeste do Irã.
Apesar do conflito ter se intensificado, houve um certo alívio global em relação ao foco dos ataques. Isso porque o mercado estava preocupado com uma possível retaliação às instalações petrolíferas e nucleares do Irã. Entretanto, em meio a uma pressão dos Estados Unidos, Israel evitou atacar esses locais, focando em alvos militares.
Com o movimento, o preço do petróleo desvaloriza na manhã desta segunda. Por volta das 8h20 (horário local), o contrato futuro para dezembro de 2024 da referência WTI cai 5,91%, enquanto o tipo Brent recua 5,64%.No mesmo dia, o governo informou que os ataques causaram a morte de quatro soldados iranianos, mas minimizou os danos dizendo que foram “limitados”. Entretanto, nesta segunda-feira, 28, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, disse que o Irã "usará todas as ferramentas disponíveis" para responder ao ataque de Israel, informou a Reuters.
O mercado avalia a divulgação do Boletim Focus desta semana.
O Banco Central (BC) elevou pela quarta semana consecutiva a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, de 4,50% para 4,55%. Já a de 2025 subiu de 3,99% para 4%, enquanto as projeções da inflação para 2026 e 2027 se mantiveram em 3,60% e 3,50%, respectivamente.
A única estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) que foi alterada foi a de 2024, de 3,05% para 3,08%. As de 2025, 2026 e 2027 se mantiveram em 1,93%, 2% e 2%, respectivamente.
O BC ainda projeta uma Selic em 11,75% ao final de 2024; 11,25% para 2025, 9,50% para 2026 e 9% para 2027.
Por fim, as estimativas para o câmbio de 2024, 2026 e 2027 foram revisadas para cima, de R$ 5,42 para R$ 5,45 (2024), de R$ 5,30 para R$ 5,33 (2026), e de R$ 5,30 para R$ 5,35 (2027). A de 2025 não foi alterada, se mantendo em R$ 5,40.
A semana é marcada por uma série de indicadores e resultados importantes no Brasil e nos Estados Unidos que podem ditar o tom do próximo encontro de política monetária de ambos os países, além do humor do mercado.
Entre os destaques do dia, está a divulgação do relatório de produção e vendas da Petrobras (PETR4), previsto para sair após o pregão. Além disso, há a divulgação do Boletim Focus e da balança comercial semanal.
De olho na temporada de balanços, hoje Intelbras (INTB3) divulga seus resultados por aqui. Lá fora, após o fechamento do mercado as atenções se voltam para o resultado da Ford (NYSE: F).
Entre a agenda de executivos, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reúne-se com investidores em Londres às 12h. Em São Paulo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, participam do Brasil Investment Forum 2024, pela manhã (previsão para às 10h30), além do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, (previsão para às 14h).
Mas é ao longo da semana que os dados mais importantes saem. Na quarta-feira, 30, será divulgado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e dados do Governo Central, além do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de outubro. Já na quinta-feira, 31, há a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e os números do setor público consolidado de setembro. Na sexta-feira, 1º, será a vez dos números da produção industrial.
Nos Estados Unidos, o grande destaque será, na sexta-feira, a publicação do último payroll, relatório de empregos não-agrícolas, antes das eleições americanas. Também há a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) americano e do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Entre os balanços destaques, Santander divulga seus números na quarta, enquanto Bradesco, Ambev e Carrefour publicam na quinta. Lá fora, no decorrer da semana, todas as atenções se voltam para os números das big techs, também conhecidas como parte das sete magníficas: Apple (NASDAQ: AAPL), Amazon (NASDAQ: AMZN), Microsoft (NASDAQ: MSFT), Alphabet (NASDAQ: GOOGL) e Meta (NASDAQ: META).
Segunda-feira, 28 de outubro