A taxa dos papéis do BMG subiu para 18,51% em junho, um nível recorde, depois que investidores passaram a evitar bancos brasileiros de médio porte (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2012 às 07h37.
Nova York - A queda nos títulos em dólar do Banco BMG SA, influenciada pelas fraudes no concorrente Banco Cruzeiro do Sul SA, cria uma oportunidade barata para compra da dívida do BMG, de acordo com avaliações do Deutsche Bank AG e do Jefferies Group Inc.
Os títulos do BMG com vencimento em 2020 abandonaram o salto de 5,2 centavos de dólar registrado em 10 de julho, quando o banco informou a criação de uma joint venture com o Itaú Unibanco Holding SA, e caíram para 85,27 centavos de dólar. O rendimento disparou 1,23 ponto percentual, para 11,79 por cento. As taxas para títulos de dívida junk na América Latina tiveram queda de 1,18 ponto percentual no mesmo período.
A taxa dos papéis do BMG subiu para 18,51 por cento em junho, um nível recorde, depois que investidores passaram a evitar bancos brasileiros de médio porte. Foi quando o Cruzeiro do Sul tornou-se o sexto banco desde 2010 a sofrer uma intervenção.
A associação com o Itaú vai permitir ao BMG acessar recursos a custos mais baixos, disse Natalia Corfield, analista do Deutsche Bank, que acredita que o rendimento dos papéis do BMG vai cair para perto de 9 por cento.
“Diante da extensão da auditoria feita pelo Itaú, podemos ter uma boa dose de conforto com o BMG”, disse Richard Segal, diretor de mercados emergentes do Jefferies, que projeta que as taxas dos títulos do banco irão cair até 0,75 ponto percentual, em entrevista por telefone de Londres. “Se as coisas seguirem no caminho atual, eles vão cair um pouco mais quando a questão do Cruzeiro do Sul se resolver. De forma geral, ainda é uma boa história.”