Os rendimentos dos títulos denominados em dólares da Marfrig com vencimento em 2020 recuaram 1,27 ponto percentual (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2012 às 09h17.
São Paulo/Rio de Janeiro - Os papéis da dívida da Marfrig Alimentos SA registram a maior alta em 11 meses, em meio a especulações de que a empresa possa vender uma participação e com a perspectiva de abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense.
Os rendimentos dos títulos denominados em dólares da Marfrig com vencimento em 2020 recuaram 1,27 ponto percentual para 14 por cento na última semana, a maior queda em cinco dias desde 17 de outubro. Os títulos avançaram após a Bloomberg News noticiar em 24 de agosto os planos da empresa de levantar R$ 2 bilhões com a venda de uma participação no capital da própria Marfrig ou em alguma controlada. O preço dos papéis também ganhou impulso com a notícia de que o Japão, maior importador mundial de carne suína, declarou Santa Catarina, onde a Marfrig tem operações, como estado livre de aftosa.
Os planos de venda e a perspectiva de aumento das vendas para o Japão estão aliviando os receios de que a Marfrig pode não ser capaz de gerar caixa para pagar dívida. No mês passado, a Moody’s Investors Service cortou a nota de crédito da Marfrig em um nível, para B2, deixando a empresa cinco níveis abaixo do grau de investimento.
“A abertura do mercado japonês ajuda os bonds a andarem, mas o motivo principal atrás da alta é a venda de ativos”, disse Luiz Campos, gestor de portfolio de mercados emergentes da Dinosaur Securities LLC. “Eles deram um passo maior que as pernas. No passado, a Marfrig se notabilizou pelas aquisições e agora eles estão no noticiário por causa das vendas,” disse ele em entrevista por telefone de São Paulo.