Loja da TIM, operadora que apresenta nesta segunda novas informações sobre a aquisição dos ativos de telefonia móvel da Oi (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2022 às 06h15.
Depois de longa espera, a TIM Brasil (TIMS3) finalmente concluiu na última quarta-feira, dia 20, o processo de aquisição dos ativos móveis da Oi (OIBR3, OIBR4), em negócio originalmente anunciado em dezembro de 2020. O tempo percorrido se deveu essencialmente à necessidade das aprovações regulatórias.
Os ativos da Oi devem permitir que a TIM dê um salto na competição com Claro e Vivo (VIVT3), segundo avaliação de analistas que cobrem o setor. Essa perspectiva renovada será conhecida com mais detalhes nesta segunda-feira, dia 25 de abril, a partir das 10h da manhã, em uma teleconferência dos executivos da TIM com analistas e investidores.
Saiba mais sobre as ações da TIM e da Oi nos relatórios dos analistas do BTG Pactual
"Com o fechamento da transação, a TIM dá um grande passo no cenário nacional, finalmente podendo competir de forma equilibrada com seus principais concorrentes no que diz respeito à sua infraestrutura e representatividade geográfica de sua base de clientes e com expectativa de significativa criação de valor para os seus acionistas", afirmou a empresa em fato relevante na última quarta, em que comunica a conclusão da operação.
Há duas questões importantes para os investidores:
1. Qual o novo potencial de valorização da empresa e da ação com a incorporação efetiva dos ativos da Oi?
2. E quanto desse potencial já foi precificado pelo mercado?
Nos últimos seis meses, a ação da TIM já começou a se valorizar, em razão tanto dos resultados apresentados como das perspectivas de crescimento. A alta acumulada é de 21,5% nesse período, desde 29 de outubro de 2021.
Além disso, a companhia italiana foi uma das principais vencedoras do leilão de frequências do 5G realizado no Brasil em novembro passado, ao levar o teto permitido de 100 MHz na faixa de 3,5 GHz. Isso ampliou as perspectivas de negócios e de rentabilização da operação no Brasil com serviços potencialmente com maior valor agregado.
Uma prévia do que pode estar por vir em termos de sinergias e potencial de crescimento foi apresentada pela TIM por ocasião da divulgação do resultado do quarto trimestre, há dois meses.
A empresa estimou crescimento de dois dígitos tanto nas receitas como no Ebitda em cada um dos anos de 2021 a 2024, além de margem operacional livre (Ebitda - Capex) de 24% em 2022 e de 29% em 2024, segundo destacaram em relatório na ocasião Carlos Sequeira, CFA, Osni Carfi e Vitor Melo, da equipe de Equity Research do BTG Pactual.
"A TIM estima que as receitas da Oi terão margens pouco abaixo de 60% em 2022, elevando a margem consolidada em cerca de 100 bps [pontos base]. Até 2023, a margem dos clientes Oi e sua participação nos resultados consolidados devem aumentar, aumentando a margem consolidada em 200 bps. Até 2024, a TIM espera que os clientes da Oi tenham uma margem de cerca de 70%, aumentando a margem consolidada em cerca de 300 bps", apontaram.
Na ocasião do relatório, em 24 de fevereiro, a ação da TIM era negociada a R$ 13,40, com múltiplo de 3,8x EV/Ebitda E (vs. 6,3x pares globais). Na última sexta-feira, dia 22, o mesmo papel teve cotação de fechamento em patamar semelhante, a R$ 13,55.
O múltiplo EV/Ebitda mede a relação do valor da empresa com a sua geração de caixa operacional, sinalizando por quanto tempo esse resultado seria suficiente para pagar o investimento eventual para a aquisição da mesma.
O upside (potencial de valorização) da ação era da ordem de 50% em relação ao preço-alvo em 12 meses.