Negócios com aço inoxidável da ThyssenKrupp são os maiores da Europa no segmento, com produção de quase 3 milhões de toneladas e vendas anuais de 5,9 bilhões de euros (ANDRE VALENTIM)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 14h45.
Frankfurt - A ThyssenKrupp via suas ações saltarem nesta sexta-feira depois que revelou plano para vender 10 bilhões de euros (14 bilhões de dólares) em ativos, operação que pode influenciar uma consolidação no lotado segmento de aço inoxidável da Europa.
A reestruturação vai incluir a separação do grupo da divisão de aço inoxidável e tem como objetivo ajudar a ThyssenKrupp a reduzir dívida e se concentrar em negócios de engenharia.
Analistas esperavam uma reforma no grupo desde que o novo presidente-executivo, Heinrich Hiesinger, assumiu o cargo este ano. Mas a amplitude da reformulação foi muito maior do que a antecipada pelo mercado.
"Mais surpreendente foi o plano de separação da empresa da Stainless Global, abrindo parcerias estratégicas com a Aperam, antiga unidade da ArcelorMittal, ou a finlandesa Outokumpu", disse o analista Stefan Freudenreich, da Equinet.
As ações da ThyssenKrupp subiam 7 por cento às 8h57 (horário de Brasília), superando o ganho de 0,3 por cento da bolsa de Frankfurt.
Os negócios com aço inoxidável da ThyssenKrupp são os maiores da Europa no segmento, com produção de quase 3 milhões de toneladas e vendas anuais de 5,9 bilhões de euros. A companhia vai examinar todas as opções para continuidade dos negócios fora do grupo.
"O principal objetivo é reduzir os níveis de dívida", disse o analista Dirk Schlamp, do DZ Bank.
Analistas estimam que as atividades não siderúrgicas da ThyssenKrupp, que contribuem com cerca de 70 por cento do valor total do grupo, foram os principais motores de crescimento da companhia no segundo trimestre fiscal encerrado em março, junto com as operações europeias com aço carbono e a área global de aço inoxidável.
O setor de aço inoxidável da Europa tem sofrido há tempos com excesso de capacidade e volatilidade. A ThyssenKrupp e suas rivais chegaram a avaliar uma possível consolidação no setor em 2009, mas a maior produtora de aço do continente acabou optando por uma estratégia isolada.