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Tesouro quer emitir títulos públicos federais no exterior

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, o governo ainda está avaliando o melhor momento para fazer a operação


	Arno Augustin: secretário ressaltou que o governo ainda espera o quadro econômico internacional se estabilizar para decidir quando fará a operação
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Arno Augustin: secretário ressaltou que o governo ainda espera o quadro econômico internacional se estabilizar para decidir quando fará a operação (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 19h49.

Brasília – Apesar da turbulência financeira global, o Brasil pretende lançar títulos públicos federais no exterior até o fim do ano, informou hoje (29) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.

Segundo ele, o governo ainda está avaliando o melhor momento para fazer a operação, mas deverá emitir os papéis mesmo com a instabilidade no câmbio e a perspectiva de guerra na Síria.

O secretário ressaltou, no entanto, que o governo ainda espera o quadro econômico internacional se estabilizar para decidir quando fará a operação. “Ainda estamos avaliando, porque o quadro está se alterando num ritmo muito rápido. Além da volatilidade do dólar, existem questões geopolíticas, como o conflito na Síria. Tudo isso provoca tensão no mercado.”

Apesar dessas questões, Augustin reiterou que o Tesouro pretende fazer uma emissão externa. “Mesmo no cenário atual, acredito que faremos uma emissão em breve”, disse. Perguntado se poderia ser mais preciso em relação ao prazo, ele respondeu apenas que os papéis serão lançados até o fim do ano.

De acordo com o secretário, a crise no câmbio ainda não adiou nenhuma operação do Tesouro no exterior. Isso porque, segundo ele, a alta expressiva do dólar neste mês coincidiu com o período de férias no Hemisfério Norte. “A volatilidade coincidiu justamente com o período em que não há emissões. A janela de oportunidades volta em setembro”, acrescentou.

Por meio das emissões de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais, com o compromisso de devolver os recursos com juros. Taxas menores de juros indicam menor grau de desconfiança dos investidores quanto ao pagamento da dívida pelo Brasil.

No caso do Brasil, as emissões externas nos últimos anos têm tido caráter qualitativo, em que o principal objetivo do governo não é captar recursos no exterior. Nessas operações, o Tesouro busca testar a percepção dos investidores internacionais sobre a economia brasileira e fornecer um referencial de juros para as empresas nacionais que pretendam lançar títulos no mercado externo.

O secretário se disse confiante de que o Brasil se sairia bem numa emissão internacional, apesar da crise financeira global. “Nas últimas emissões, fomos muito bem. Fomos até melhores do que países com a mesma nota [de classificação de risco] que nós. Basta lembrar que, na última operação, não faz muito tempo, tivemos o menor spread [diferença entre os juros dos papéis brasileiros e as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os papéis mais seguros do mundo] da história”, argumentou.

A última vez que o Brasil emitiu títulos no exterior foi em maio deste ano. Na ocasião, o Tesouro Nacional captou US$ 800 milhões em títulos com vencimento em 2023 e obteve juros de, 2,75% ao ano. A taxa é um pouco maior que a obtida no leilão do mesmo papel em setembro do ano passado, 2,686% ao ano, mas o spread atingiu o menor nível da história, ficando em 98 pontos-base.

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