Tesouro explicou que o objetivo com a operação é melhorar a eficiência da curva denominada em dólares (Foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 3 de outubro de 2017 às 09h10.
Última atualização em 3 de outubro de 2017 às 10h30.
São Paulo - O Tesouro Nacional informou nesta terça-feira que concedeu mandato para a emissão de bônus com vencimento de 10 anos e recompra de bônus da República denominados em dólares, buscando com isso melhorar a eficiência da curva denominada na moeda norta-americana.
A operação representará a segunda vez que o Tesouro acessará o mercado externo neste ano seguindo estratégia de fazer emissões qualitativas.
O título a ser emitido terá vencimento em 13 de janeiro de 2028. De acordo com o IFR, um serviço da Thomson Reuters, a faixa inicial de preço para emissão do bônus foi estabelecida em 250 pontos básicos acima dos Treasuries.
Segundo a nota divulgada pelo Tesouro, os títulos a serem recomprados têm vencimento entre janeiro de 2019 e março de 2030.
O estoque total a ser recomprado é de 11,786 bilhões de dólares e o maior volume é o do título com vencimento em janeiro de 2021, que tem cupom de 4,875 por cento e total de 2,817 bilhões de dólares. O menor volume é de 85,557 milhões de dólares, do papel Global 2024, que tem cupom de 8,875 por cento.
A operação será liderada pelos bancos Deutsche Bank, Itaú BBA e Santander.
O título será emitido no mercado global e o resultado será divulgado ao final desta terça-feira.
Técnicos do Tesouro já vinham avaliando que havia bastante liquidez no mercado, com nível de taxas historicamente atrativo. Mas como o governo já comprou dólares que farão frente à sua necessidade até o final de 2018, uma investida no mercado externo era encarada como uma questão de oportunidade.
O Tesouro acessou o mercado externo pela última vez em março deste ano, quando emitiu 1 bilhão de dólares do título Global 2026, com taxa de 5 por cento ao ano e spread de 248,40 pontos básicos acima dos títulos de referência dos Estados Unidos.
A operação desta quarta-feira vem após grandes empresas brasileiras também terem acessado o mercado em setembro, como Petrobras, com emissão de 2 bilhões de dólares para ajudar a refinanciar parte de seus vencimentos próximos, e Klabin, com emissão de 500 milhões de dólares com prazo de 10 anos.