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Tesla suspende venda na China de importados dos EUA após tréplica de Pequim às tarifas de Trump

Fabricante de carros elétricos de Elon Musk desativou o 'botão' pedido do seu site chinês para modelos fabricados nos Estados Unidos

Tesla na China: empresa suspende pedidos de modelos importados após tarifas subirem para 125% (Chesnot/Getty Images)

Tesla na China: empresa suspende pedidos de modelos importados após tarifas subirem para 125% (Chesnot/Getty Images)

Publicado em 11 de abril de 2025 às 10h00.

Última atualização em 11 de abril de 2025 às 10h09.

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A Tesla parou de aceitar novos pedidos na China para dois modelos de carro que importa de uma fábrica nos Estados Unidos, após o governo chinês impor mais uma leva de tarifas sobre importações americanas.

Nesta sexta-feira, 11, o site da Tesla na China removeu o botão de “pedido” do sedã Model S e do utilitário esportivo Model X. Os clientes só têm a opção de comprar esses modelos, produzidos na fábrica da empresa em Fremont, Califórnia, caso haja estoque disponível. Ou seja, não é possível encomendá-los.

Tarifas elevadas impactam vendas

A China anunciou nesta manhã, pelo horário de Brasília, uma nova tréplica às tarifas americanas, elevando suas taxas sobre importações dos EUA a 125%. O governo chinês avisou que não vai mais subir essas tarifas e classificou as medidas adotadas pela administração do presidente americano Donald Trump como "piada".

A Tesla não explicou por que os clientes não podem mais encomendar esses modelos, mas a mudança ocorreu um dia depois de a China ter aumentado suas tarifas de importação sobre produtos dos EUA para igualar o nível das chamadas "tarifas recíprocas" do presidente Trump, que já chegam a 145% sobre importações chinesas.

A Tesla ainda está vendendo o Model S em algumas cidades chinesas onde possui estoque. O Model S e o Model X, dois dos modelos mais caros da empresa, não têm grandes volumes de venda na China.

A empresa não respondeu imediatamente a um e-mail pedindo comentários.

Gigafactory e relações com o governo chinês

Elon Musk, CEO da Tesla e assessor de Trump, não criticou abertamente a política tarifária do presidente, mas fez comentários velados defendendo a remoção de todas as tarifas. Ele também já teve desentendimentos públicos com Peter Navarro, conselheiro sênior da Casa Branca e um dos arquitetos da política comercial de Trump.

A Tesla opera uma fábrica de automóveis e uma planta de baterias em Xangai. A Gigafactory, inaugurada em 2020, foi a primeira fábrica de carros da Tesla fora dos Estados Unidos. Na instalação de Xangai, a empresa produz o sedã Model 3 e o utilitário esportivo Model Y para venda na China e exportação para o exterior.

Entre as montadoras estrangeiras, a Tesla tem um dos relacionamentos mais estreitos com o governo chinês. A Gigafactory de Xangai foi a primeira fábrica de automóveis na China a obter aprovação para ser totalmente controlada por uma empresa estrangeira, sem a necessidade de um parceiro local. Musk tem acesso incomum a líderes seniores chineses e trabalha de perto com Li Qiang, o primeiro-ministro chinês que já foi o principal dirigente de Xangai.

Concorrência chinesa pressiona mercado da Tesla

Em março, as vendas da Tesla de carros fabricados na China caíram 11,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Associação de Carros de Passageiros da China. A Tesla tem lutado para se defender da concorrência agressiva de fabricantes chineses, que estão avançando sobre sua fatia de mercado. Sua principal concorrente, a BYD, registrou um aumento de 23% nas vendas no mês.

*Com O Globo.

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