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Tesla revela Cybercab e Robovan: o futuro dos robotáxis autônomos; veja fotos

Em evento na Califórnia, Elon Musk promete produção para 2026 e busca expandir o mercado de veículos autônomos com novos modelos

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 07h59.

Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 08h41.

Elon Musk revelou, na noite de quinta-feira, 1o, os novos modelos de veículos autônomos da Tesla em um evento restrito na Califórnia, Estados Unidos. Com foco na expansão da mobilidade sem motoristas, Musk apresentou o Cybercab, um robôtaxi compacto de dois lugares, e o Robovan, um veículo com capacidade para até 20 pessoas ou transporte de carga. A empresa espera lançar a produção do Cybercab até 2026, com preço abaixo de US$ 30 mil (cerca de R$ 168 mil).

O Cybercab chega sem volante ou pedais, enfatizando a visão da Tesla para uma direção totalmente autônoma. Com 21 protótipos já prontos, Musk pretende produzir o modelo em larga escala nos próximos anos, esperando alcançar usuários em mercados como Texas e Califórnia, onde a Tesla promete liberar seu sistema de direção autônoma supervisionada nos veículos Model 3 e Model Y já no ano que vem.

Além disso, Musk revelou o Robovan, voltado tanto para transporte de passageiros quanto de mercadorias. A empresa também promete inovação na forma de carregamento, adotando uma tecnologia de carga indutiva que permite que esses veículos sejam recarregados automaticamente, sem a necessidade de cabos.

Expansão no mercado de veículos autônomos

A Tesla, no entanto, enfrenta o desafio de conciliar o otimismo de Musk com a realidade das regulamentações e das dificuldades tecnológicas envolvidas na criação de um modelo de robôtaxi acessível e viável para o mercado. Desde 2015, Musk vem prometendo que a empresa alcançaria uma condução totalmente autônoma em poucos anos. Em 2019, ele chegou a declarar que haveria mais de um milhão de robôtaxis da Tesla nas ruas até 2020, mas essa meta ainda não foi cumprida.

Para Musk, a chave para o sucesso dos robôtaxis está na tecnologia Full Self-Driving (FSD) da Tesla. A empresa aposta que, em breve, essa tecnologia poderá operar sem supervisão humana. No entanto, a Tesla ainda vende o FSD em uma versão que exige a presença de um motorista atento, capaz de assumir o controle a qualquer momento.

O mercado aguarda com expectativa, mas também com ceticismo, os próximos passos da Tesla. O custo estimado para criar uma frota de robôtaxis é elevado, em torno de US$ 150 mil (aproximadamente R$ 840 mil) por veículo. Esses altos custos fixos, aliados às exigências de manutenção e infraestrutura de carregamento, colocam à prova a viabilidade dos novos produtos da Tesla frente ao modelo mais flexível e de baixo custo que empresas como Uber oferecem.

Planos ambiciosos e desafios regulatórios

A Tesla também terá que enfrentar desafios regulatórios para viabilizar a operação dos robôtaxis. Em discurso recente, o candidato à presidência dos EUA Donald Trump expressou preocupações quanto ao uso de veículos autônomos, destacando que pretende impedir a operação dessas tecnologias em território norte-americano.

Apesar disso, Musk continua a apostar no futuro dos veículos autônomos e acredita que a Tesla está em um caminho de crescimento, ressaltando que, para ele, investidores deveriam confiar no potencial da empresa em alcançar a autonomia completa. Durante o evento, Musk anunciou que os participantes poderiam realizar test drives nos novos modelos e também apresentou o robô humanoide Optimus, que servia bebidas ao público.

Em um mercado que se torna cada vez mais competitivo e desafiador, a Tesla busca manter sua posição de liderança com o lançamento de tecnologias inovadoras. No entanto, o caminho para tornar esses projetos rentáveis e sustentáveis ainda é longo. Nos próximos anos, a empresa precisará mostrar que é capaz de superar as dificuldades tecnológicas, atender às regulamentações e conquistar a confiança dos consumidores com uma oferta de mobilidade segura e viável.

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