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Tesla perde 45% em valor de mercado desde dezembro

Às 12h22, no horário de Brasília, as ações da companhia tinham queda de 9% na Nasdaq, acompanhando o mau-humor dos investidores em relação às Sete Magníficas

Publicado em 10 de março de 2025 às 11h34.

Última atualização em 10 de março de 2025 às 12h27.

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A Tesla (TSLA) acumula uma desvalorização de 45% em valor de mercado desde dezembro, quando atingiu um pico de US$ 1,5 trilhão de capitalização.

O recuo, segundo analistas ouvidos pela Reuters, é reflexo da queda nas vendas de veículos, redução dos lucros e do impacto negativo do envolvimento político de Elon Musk, que, como integrante do governo Donald Trump, tem defendido cortes de funcionários públicos e desregulamentação.

Ainda assim, a empresa mantém uma avaliação de US$ 749 bilhões, superando o valor combinado das nove maiores montadoras do mundo. Enquanto essas fabricantes venderam cerca de 44 milhões de veículos em 2023, a Tesla entregou apenas 1,8 milhão no mesmo período.

Mesmo com um desempenho inferior em vendas, a Tesla é vista como mais do que uma simples montadora. Segundo analistas, apenas 25% de seu valor está ligado ao setor automotivo, enquanto a maior parte se baseia em expectativas de crescimento com robotáxis e inteligência artificial – tecnologias que Musk promete desde 2016, mas que ainda não foram totalmente adotadas pela empresa.

Entre abril e novembro de 2023, as ações da Tesla saltaram 71%, impulsionadas pela promessa de uma nova frota de robotáxis. O entusiasmo persistiu, mesmo diante de queda nos lucros e do cancelamento do aguardado "Model 2", um veículo de US$ 25.000 que investidores viam como essencial para aumentar as vendas.

Essa mudança de foco, no entanto, gerou questionamentos no mercado. Ryan Brinkman, analista do JP Morgan, afirmou à Reuters que discrepância entre o desempenho real da empresa e as projeções otimistas têm levantado dúvidas: “Por quanto tempo as ações continuarão desconectadas dos fundamentos?”

Crise de Imagem

Além da pressão do mercado, a Tesla enfrenta uma onda de vandalismo e protestos em várias partes do mundo, o que reflete o crescente descontentamento com as posições políticas de Musk.

Nos Estados Unidos, diversos pontos de venda e postos de carregamento da montadora foram alvos de ataques, segundo o The Washington Post. Em Loveland, Colorado, uma mulher foi presa após lançar coquetéis molotov contra carros da Tesla e escreveu insultos contra Musk na fachada de uma concessionária. Em Salem, Oregon, um homem armado atirou contra uma loja da marca e incendiou veículos, causando um prejuízo estimado em 500 mil dólares.

A hostilidade não se restringe a atos violentos. Para evitar serem associados ao empresário bilionário, alguns proprietários passaram a adesivar seus veículos com mensagens como "Comprei antes de Musk enlouquecer" . Em um dos vídeos que viralizaram no TikTok, um dono de Tesla exibe o adesivo como uma forma de se distanciar da imagem politizada da empresa.

A concorrência e a precificação da Tesla

Apesar da queda nas ações, a empresa de Musk continua sendo negociada com um prêmio elevado em relação às montadoras tradicionais e até mesmo às gigantes da tecnologia.

O índice preço/lucro futuro (P/E) da Tesla é nove vezes maior do que a média das 25 principais montadoras e mais que o dobro do de empresas como Nvidia, Apple, Amazon e Google.

Enquanto isso, a chinesa BYD, que superou a Tesla como a maior vendedora de EVs do mundo, tem uma capitalização de mercado seis vezes menor. Além disso, anunciou que oferecerá gratuitamente um sistema de assistência ao motorista semelhante ao Full Self-Driving, que a Tesla vende por US$ 8.000 na China.

Mesmo diante dessas incertezas, analistas otimistas seguem apostando na Tesla. A Ark Investment Management, por exemplo, prevê que as ações da empresa possam atingir US$ 2.600 até 2029, com 88% do seu valor vindo de robotáxis.

Às 12h22, no horário de Brasília, as ações da companhia tinham queda de 9% na Nasdaq, acompanhando a cautela dos investidores em relação às Sete Magníficas — grupo que, além da Tesla, inclui Apple, Nvidia, Microsoft, Alphabet, Amazon e Meta.

Por enquanto, a Tesla ainda é mais uma aposta no futuro do que um reflexo do seu desempenho atual. A questão que persiste no mercado é: até quando dura o 'hype'?

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