Tesla: Musk enriquece quase US$ 20 bilhões após resultados da Tesla (Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 24 de outubro de 2024 às 10h09.
Última atualização em 24 de outubro de 2024 às 10h23.
A gigante de carros elétricos, Tesla (NASDAQ: TSLA), ganhou em valor de mercado mais do que vale toda a Petrobras (PETR4) e a Rede D'or (RDOR3) juntas, após divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2024 na noite desta quarta-feira, 24, afirma a Elos Ayta Consultoria. Já Elon Musk, CEO da companhia, acrescentou mais US$ 19,71 bilhões em sua fortuna.
"Isso equivale a disser que Elon Musk Ganhou un Santander Brasil que vale US$ 18,59 bilhões e sobrou um troco", afirma Einar Rivero, fundador da Elos.
Com o salto de 13,69% entre o pré e pós-mercado, a companhia americana ganhou US$ 96,16 bilhões em valor de mercado, mais do que o valor em dólares da Petrobras (US$ 84,62 bilhões) e da rede de hospital Rede D'or (US$ 11,53 bilhões) juntas.
No fechamento, a Tesla valia US$ 682,53 bilhões e com a valorização das ações, esse número foi para US$ 765,18 bilhões segundo a consultoria.
Musk atualmente é a pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 237 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. O bilionário detinha 20,5% das ações da empresa em fevereiro deste ano, segundo um documento enviado à SEC.
Mas Musk pode enriquecer mais.
Isso porque em junho de 2024 os acionistas da Tesla aprovaram um plano de compensação bastante significativo, tanto em valor quanto em termos de impacto estratégico para a empresa. O pacote, avaliado em US$ 55,8 bilhões, prevê que Musk receberá opções de ações da Tesla se a empresa atingir metas específicas, como o próprio aumento do valor de mercado e de resultados financeiros.
O entusiasmo ocorre na esteira dos resultados acima das projeções dos analistas. A montadora reportou um lucro líquido de US$ 2,167 bilhões, 17% maior do que o obtido no mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido por ação foi de US$ 0,72, também 17% acima do resultado anterior, enquanto o consenso do mercado estimava um resultado de US$ 0,60.
A receita líquida aumentou 8% para US$ 25,18 bilhões, frente os US$ 23,35 bilhões apurados no ano passado. Entretanto, o número veio levemente abaixo das expectativas dos analistas, que estimavam um resultado de US$ 25,4 bilhões.
O segmento automotivo segue sendo o carro-chefe da Tesla, com uma receita de US$ 20 bilhões registrada entre julho e setembro, de US$ 19,63 bilhões no mesmo período do ano anterior – alta de 2%. Já as receitas com geração e armazenamento de energia avançaram 52%, para US$ 2,38 bilhões. Por sua vez, as receitas de serviços e outras fontes aumentaram 29%, para US$ 2,79 bilhões.
Durante o trimestre, a Tesla obteve um reforço importante em suas receitas, com US$ 739 milhões vindos de créditos regulatórios automotivos. Esses créditos são incentivos governamentais oferecidos para estimular a produção de veículos que emitem menos carbono.
Como a Tesla vende exclusivamente carros elétricos, ela acumula esses créditos e, por não precisar deles em sua totalidade, pode vendê-los para outras montadoras que não conseguem cumprir as exigências ambientais. Assim, ao mesmo tempo em que a Tesla oferece descontos e incentivos para impulsionar suas vendas, ela ainda consegue manter suas margens de lucro fortalecidas com essa receita extra.
No início deste mês, a companhia anunciou que as entregas no trimestre encerrado em setembro cresceram mais de 6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, marcando o primeiro aumento após uma queda registrada entre janeiro e junho.
Mas esse resultado não veio de forma simples. A Tesla precisou ajustar sua estratégia, após reduzir os preços no ano anterior (o que pressionou a margem de lucro), e passou a oferecer opções de financiamento mais acessíveis, além de descontos. Paralelamente, Musk continua a impulsionar inovações. Recentemente, a Tesla apresentou o robô-táxi, batizado de Cybercab, além de uma van autônoma com capacidade para 20 passageiros.