O medo dos investidores é de novos danos a usinas nucleares no Japão depois de mais um terremoto (Toshifumi Kitamura/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2011 às 14h19.
São Paulo - Um novo terremoto no Japão adicionava volatilidade aos mercados domésticos nesta quinta-feira, em uma sessão marcada pela queda de mais de 1 por cento do dólar, abaixo de 1,600 real.
Um alerta de tsunami foi emitido para a costa nordeste do Japão, gravemente atingida pelo terremoto de 11 de março.
Após a notícia do sismo de 7,4 graus, as bolsas norte-americanas aceleraram a queda, e o Ibovespa, que ensaiava subir, passou a ficar mais tempo em território negativo.
O principal medo dos investidores é de novos danos a usinas nucleares no Japão. Até o momento, contudo, não foram registrados novos problemas na usina de Fukushima-Daiichi, palco do maior desastre atômico em 25 anos.
No Brasil, o tremor dividia as atenções com o mercado de câmbio, o dólar caía ao menor nível desde agosto de 2008, abaixo de 1,600 real, mesmo após o aumento do IOF para empréstimos externos até dois anos. A avaliação era de que a medida, considerava apenas paliativa, demonstra a ausência de opções do governo no combate à queda do dólar. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não quer tomar medidas "drásticas" para não reduzir os investimentos no país.
Muitos analistas também afirmam que a queda do dólar pode ser útil ao governo no controle da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,79 por cento em março, acima do teto das expectativas. Em 12 meses, a inflação pelo ICPA já alcança 6,3 por cento, maior patamar desde novembro de 2008 e perto do teto da meta.
Em uma leitura com participação maior de preços no atacado, porém, houve uma desaceleração significativa da inflação. O IGP-DI subiu 0,61 por cento em março, ante alta de 0,96 por cento em fevereiro, informou a FGV. [ID:nN07286836] No exterior, o Banco Central Europeu (BCE) confirmou a expectativa do mercado e elevou o juro em 0,25 ponto percentual, no primeiro aumento desde o auge da crise financeira, em 2008. O mercado se surpreendeu, contudo, com a indicação de que o banco não está comprometido com novas altas ainda este ano.