Ofertas primária e secundária de ações do Banco do Brasil também são maneiras de se adequar às exigências do Novo Mercado da BM&FBovespa (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O investidor que ainda não é acionista do Banco do Brasil e pretende comprar ações da instituição tem até amanhã para reservar a quantidade de papéis que pretende comprar na atual oferta de ações. Para fazer a reserva, os correntistas que optarem pela compra direta deverão acessar a página do BB na internet.
O valor mínimo de aplicação para os pequenos investidores é de R$ 1 mil. Se preferir aplicar no Fundo de Investimentos do BB, o valor da cota é de R$ 200, e há uma uma taxa de administração de 1,5%.
O objetivo do banco estatal é vender R$ 9,7 bilhões de papéis e assim aumentar seu capital para ofertar mais crédito ao público e aumentar a participação no mercado.
São dois tipos de ofertas: primária e secundária. Na primária, são ofertados papéis novos e só terão acesso a ela os acionistas do banco. A oferta secundária, operação que envolve papéis já existentes, dá acesso a todos os investidores. Para os pequenos, somando todas as operações, a oferta poderá chegar a R$ 560 milhões.
Para a oferta primária foram oferecidos 286 milhões de ações, ou um pouco mais de 11% do capital do banco para quem tinha ações da instituição até o dia 24 de maio. As reservas tiveram que ser proporcionais ao número de ações em poder de cada interessado e o prazo para manifestar interesse de compra terminou na semana passada. Na próxima quarta-feira (30), o BB divulga quanto coube a cada um.
Os interessados devem ler atentamente as regras, já que operações no mercado envolvem riscos, umas mais que outras. O prospecto pode ser acessado no site do banco.
Há um ano, no dia 22 de junho, as ações do BB fecharam o pregão em R$ 20,26. Na última sexta-feira, esses papéis estavam cotados em R$ 27,22. Hoje pela manhã, a ação chegou a ser vendida a R$ 27,67, segundo informações da Bovespa.
A capitalização do BB também vai permitir que o banco melhore sua posição e cumpra exigência do Banco Central no sentido de que os créditos concedidos proporcionalmente não ponham em risco o seu capital. A exigência faz parte do Acordo de Basileia, chamado assim por ter sido firmado na cidade suíça do mesmo nome, que tem o objetivo de fortalecer o sistema bancário.
O lançamento das ações também servirá para adequar o Banco do Brasil às exigências do Novo Mercado, da Bolsa de Valores de São Paulo que exige mais transparência das empresas e de parcela considerável das ações em negociação na bolsa, além de mais proteção aos investidores.
Para fazer parte do Novo Mercado, a empresa precisa ter 25% das ações em circulação. O Banco do Brasil só têm 21,9% das ações na Bolsa. A capitalização permitirá ao banco alcançar o percentual mínimo, mas a participação da União, de 78,1%, precisa diminuir. O BB reservou até 30% das ações para o varejo, incluindo 10% para funcionários.
Pela primeira vez, o Fundo Soberano do Brasil (FSB) será usado. Criado em 2008 com sobras do superávit primário (economia que o governo faz para honrar compromissos financeiros inclusive os juros da dívida pública), os recursos do fundo, que tem R$ 17 bilhões aplicados há dois anos, serão destinados ao aumento de capital do Banco do Brasil.
O Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização, onde estão os recursos do Fundo Soberano, teve autorização para comprar até 21,85% das novas ações que serão ofertadas pelo Banco do Brasil.