Bobinas de aço na Usiminas: siderúrgica apresenta dados do primeiro trimestre (./Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2022 às 06h10.
A Usiminas (USIM5) apresenta os seus resultados trimestrais nesta manhã de quarta-feira, 20 de abril, antes da abertura do mercado. Será a primeira das grandes empresas do país listadas na B3 a divulgar os seus números.
Na avaliação de analistas que cobrem o setor de siderurgia, as principais empresas devem revelar um trimestre desafiador, prenúncio de um ano igualmente difícil em termos de crescimento. A previsão é a de queda de volumes de produção e vendas, parcialmente compensada pelo avanço dos preços das principais categorias de aço.
O desempenho das ações já reflete em parte as perspectivas menos otimistas para a Usiminas. A queda no ano supera a casa de 16% no caso de USIM5, o desempenho mais fraco entre as principais empresas do setor. As da CSN (CSNA3) estão praticamente no zero a zero em 2022, enquanto as da Gerdau (GGBR4), com maior exposição ao mercado americano tanto em produção como em vendas, estão na contramão e sobem cerca de 12%.
Os dados de março da indústria siderúrgica ainda não foram divulgados. Fevereiro trouxe uma recuperação na demanda, mas o consumo aparente (que considera o impacto de exportações e importações) e o consumo interno ainda estavam em queda da ordem 20% para mais no acumulado do primeiro trimestre na comparação anual.
Os preços do aço começaram a se recuperar na segunda metade do primeiro trimestre e a ganhar tração em março em razão das condições externas, mas a dinâmica de preços varia conforme o tipo de produto: aços planos em melhores condições do que aços longos, segundo relatório de analistas do BTG Pactual no fim do mês passado.
"Esperamos queda da receita líquida por tonelada no primeiro trimestre de 2022 de todas as siderúrgicas, mas o conflito Rússia-Ucrânia levou os preços de aço a se recuperarem recentemente, o que deve impulsionar os resultados do segundo trimestre", escreveram em relatório analistas do Bank of America.
Mas, ao mesmo tempo em que elevaram os preços do aço, a guerra também fez acender o sinal de alerta de pressão dos custos de insumos como carvão, gás natural e níquel, segundo o Instituto Aço Brasil.