Bolsa de Madri: temores de que divisão fomente movimentos separatistas na Europa afetou mercado espanhol (Cristina Quicler/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 15h18.
São Paulo - A tendência à vitória do "sim" no referendo sobre a independência da Escócia, que acontecerá dia 18 de setembro, deixou os investidores europeus inquietos na sessão desta terça-feira, 9, e contribuiu para a retração generalizada das bolsas da região.
Os temores de que uma possível divisão do território britânico fomente movimentos separatistas em toda a Europa afetou principalmente o mercado espanhol, onde já se contabiliza a perspectiva de realização de um referendo sobre a independência da Catalunha no dia 9 de novembro.
De acordo com uma pesquisa da empresa TNS, divulgada hoje, o apoio à separação da Escócia subiu seis pontos porcentuais, para 38%, em comparação com uma consulta feita há cerca de um mês.
Os que se dizem contrários à medida somaram 39%. No fim de semana, o instituto de pesquisa YouGov mostrou que os partidários da autonomia pela primeira vez superaram os que se opõem à separação.
Os investidores já vinham se mostrando desconfortáveis frente às sanções impostas pela União Europeia à Rússia, que podem prejudicar os resultados das companhias do bloco.
Apesar do cessar-fogo na Ucrânia, o Conselho Europeu decidiu adotar formalmente um pacote com novas sanções a Moscou devido às suas intervenções no leste do país. A expectativa é que as medidas entrem em vigor nos próximos dias.
Em Londres, o índice FTSE-100 caiu 0,08%, para 6.829,00 pontos, com o recuo sendo amenizado pela alta nas ações do setor financeiro.
Os papéis do Lloyds Banking Group subiram 1,45% e os do Barclays tiveram alta de 0,44% diante da expectativa de elevação nos juros do Reino Unido.
Hoje, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney, disse que a instituição pode promover um aperto monetário antes das eleições gerais do Reino Unido, em março de 2015,se necessário.
Em Frankfurt, o índice DAX baixou 0,49%, para 9.710,70 pontos, puxado pelas ações da Lufthansa, que caíram 1,48% após os pilotos da companhia aérea anunciarem mais uma paralisação de oito horas em suas operações.
Os papéis do Commerzbank recuaram 2,34% e os do Deutsche Bank perderam 0,65%, diante de preocupações com os testes de estresse promovidos pelo Banco Central Europeu (BCE).
Fontes próximas às operações afirmam que autoridades do BCE se encontrarão nas próximas semanas com executivos dos bancos para apresentar um resultado parcial dos testes de estresse.
Os papéis do setor financeiro também foram destaque de baixa na Bolsa de Madri, onde o índice Ibex-35 recuou 1,36%, para 10.951,60 pontos.
As ações do Santander baixaram 1,52%, acompanhadas pelas do Bankia (-2,55%), do BBVA (-1,57%) e do Banco de Sabadell (-3,05%).
Na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve retração de 0,50%, para 4.452,37 pontos; o FTSE-MIB, da bolsa de Milão, recuou 0,68%, para 21.149,80 pontos, e o PSI-20, de Lisboa, caiu 1,49%, para 5.940,82 pontos.
As ações da Portugal Telecom (PT) caíram 3,10% nesta sessão, em reação à aprovação da fusão com a brasileira Oi.
Na avaliação de analistas, a aprovação dos novos termos da fusão entre a PT e a Oi é positiva, mas ainda há dúvidas quanto ao futuro.