Sede da Telefônica: empresa pagou € 7,5 bilhões a Portugal Telecom pelo controle da Vivo (M.Peinado/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 19h43.
São Paulo - A Telefónica anunciou nesta quarta-feira uma oferta pública de aquisição das ações ordinárias dos sócios minoritários da Vivo, a maior operadora de telefonia celular do Brasil, que a companhia espanhola controla depois desde que comprou a participação da Portugal Telecom na empresa.
A operação pode ter custo de 763,1 milhões de euros (US$ 1,031 bilhão) se todos os minoritários aceitarem a oferta feita pela Telefónica, que foi enviada nesta quarta-feira à Bolsa de Valores de São Paulo.
Em sua oferta, a Telefónica pretende adquirir em um leilão previsto para 18 de março próximo 15.217.217 ações ordinárias da operadora, correspondentes aos papéis de emissão da companhia que ainda estão em circulação (11,09% do total).
A companhia espanhola anunciou que está disposta a pagar até 50,15 euros (US$ 67,75) por ação, o que corresponde a 80% do valor (62,68 euros - US$ 84,68) oferecido a Portugal Telecom por ação que seu sócio tinha na Brasilcel, o grupo que controlava a Vivo.
No ano passado, a Telefónica ficou com a totalidade das ações da Brasilcel após pagar 7,5 bilhões de euros (US$ 10,100 bilhões em valores atualizados) a Portugal Telecom por sua parte. Ambas compartilhavam meio a meio a propriedade do Brasilcel, controladora de Vivo (60%).
De acordo com a oferta pública, a operação pode ter um custo pouco menor em caso da Portugal Telecom exercer a opção de exigir a antecipação da terceira cota por sua participação na Brasilcel, de 31 de outubro a 31 de julho.
Nesse caso, o valor pago pelas ações da Portugal Telecom cairá para 62,47 euro (US$ 84,41) por título e o valor oferecido aos acionistas minoritários se reduzirá a 49,98 euros (US$ 67,53) por papel.
O valor total da oferta cairia de 763,1 milhões de euros para 760,6 milhões de euros (US$ 1,027 bilhão).
Pela Oferta Pública de Aquisição (OPA), o leilão será realizada na megabolsa, o sistema eletrônico de negociações da Bolsa de São Paulo, e os minoritários terão 30 dias de prazo, até 18 de março, para aceitá-la.
A aquisição por parte da Telefónica das ações ordinárias ainda em circulação não fechará o capital da Vivo devido porque o mesmo seguirá cotando as ações preferenciais (sem direito a voto), das que os minoritários têm 49,66%.
A Vivo, maior operadora de telefonia celular do Brasil, tinha em dezembro de 2010 participação de 29,7% no mercado brasileiro, pelos dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Sua principal concorrente, a Claro, do grupo mexicano Telmex, tinha em dezembro participação de 25,5% no mercado do Brasil, país com 202,9 milhões de celulares