Bolsas: a pressão foi reduzida à tarde e as taxas acabaram por fechar perto dos ajustes da véspera, com leve alta nos vencimentos mais curtos, até 2017 (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 16h59.
São Paulo - O mercado internacional adverso e as incertezas no cenário político complexo voltaram a retrair os negócios na renda fixa nesta terça-feira, 8.
Sem saber quais os rumos que o País irá tomar, o investidor tem evitado assumir posições, o que os leva a se concentrarem em operações de curtíssimo prazo.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram em baixa com uma primeira leitura positiva da carta do vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff, mas passaram a subir acompanhando o dólar, que refletia o mau humor no cenário internacional.
A pressão foi reduzida à tarde e as taxas acabaram por fechar perto dos ajustes da véspera, com leve alta nos vencimentos mais curtos, até 2017.
Segundo profissionais da renda fixa, a carta de Temer a Dilma foi recebida como o sinal de rompimento do vice com o governo, o que fortalece a corrente que aposta na saída da presidente.
Apesar da grande repercussão do assunto, inclusive com troca de acusações sobre quem vazou o teor da carta, nada de muito concreto aconteceu como desdobramento do caso. Nem Temer nem Dilma se manifestaram publicamente sobre a missiva.
O Conselho de Ética da Câmara retomou a discussão sobre o parecer que pede a continuidade do processo disciplinar contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Este, por sua vez, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a permanência do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) na relatoria do processo disciplinar. A expectativa é de que não haja tempo para votação do relatório ainda nesta terça.
Já a comissão da Câmara que analisará o pedido de impeachment da presidente ainda está em fase de formação de chapas. Com as chapas definidas, haverá votação secreta para escolha dos integrantes.
No que diz respeito à política monetária, as apostas dos investidores se mantiveram firmes no início de um novo ciclo de altas da taxa Selic.
Na quarta-feira, 9, será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, para o qual se espera um resultado entre 0,85% e 1,05%, segundo pesquisa do AE Projeções com 55 instituições do mercado financeiro. A mediana ficou em 0,95%.
Nos negócios na BM&F, o contrato de DI com vencimento em abril de 2016 fechou com taxa de 14,595%, ante 14,584% do ajuste de segunda-feira.
O DI para janeiro de 2017, o mais negociado, terminou a sessão regular com taxa de 15,78%, contra 15,74% do ajuste anterior.
O vencimento de janeiro de 2019 ficou com taxa de 16,06%, de 16,07%. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 fechou com taxa de 15,77%, a mesma do ajuste anterior.