A Moody's colocou a dívida pública espanhola em perspectiva negativa (Jamie McDonald/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2011 às 15h35.
Madri - A taxa de risco espanhola subiu nesta sexta-feira para os 354,3 pontos básicos, seu segundo nível mais alto no fechamento de um pregão desde a criação do euro.
A ampliação da taxa de risco se deveu à compra massiva de títulos alemães, que são os que atuam como ativo refúgio em situações de crise.
De fato, o rendimento da dívida alemã a 10 anos foi reduzido para 2,538%, contra 2,633% da quinta-feira, enquanto a rentabilidade da dívida espanhola com vencimento em 2021 subiu para 6,081%, dos 6,034% desta quinta-feira.
Deste modo, a taxa de risco espanhola ficou pelo terceiro dia consecutivo no segundo nível mais alto desde que o euro entrou em vigor, depois do máximo de 366,8 pontos básicos alcançado em 18 de julho, decorrente da falta de um acordo para o resgate à Grécia.
Esta nova escalada acontece depois que a agência de classificação de riscos Moody's colocou a dívida pública espanhola em perspectiva negativa por uma maior vulnerabilidade financeira do país decorrente dos custos de financiamento.
A Moody's anunciou também o rebaixamento em um nível das qualificações da dívida a longo prazo de seis regiões espanholas e a situação de revisão com possibilidade de rebaixamento de outras sete comunidades autônomas.
A agência indicou, em comunicado, que é provável que aumentem ainda mais as pressões sobre a Espanha, após o anúncio do segundo resgate à Grécia, que marcou "uma clara mudança no risco para os detentores de bônus de países com alta carga da dívida".
A Moody's também está revisando as qualificações da dívida dos bancos espanhóis Santander, BBVA, CaixaBank, La Caixa e a Confederación Española de Cajas de Ahorros (Ceca).
O aviso da agência americana poderia se materializar nos próximos 90 dias, de modo que a solvência da Espanha ficaria rebaixada pela Moody's pela terceira vez em menos de um ano (a primeira vez que a agência atuou sobre o rating foi em setembro de 2010).
Os especialistas consultados pela Agência Efe explicaram que, embora a atuação de Moody's fosse previsível, tem um certo impacto no mercado de dívida porque "incide na ferida", nas palavras do diretor de Análise de Banco Sabadell, Nicolás Fernández Picón.