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Tarifas de Trump sobre aço, balanço do BTG e crédito consignado: o que move o mercado

Nos EUA, as sabatinas de Powell no Congresso e os dados de inflação americana são os destaques da agenda da semana

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 08h06.

Esta segunda-feira, 10, começa com uma pressão sobre o dólar, diante da ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de anunciar ainda hoje uma taxação sobre as importações de aço e alumínio em 25%. O Brasil, que foi o segundo maior fornecedor de aço dos EUA em 2024, será um dos países mais afetados pela medida.

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, disse que a maior parte das exportações brasileiras de aço são destinadas para a Ásia, mas acredita que as tarifas dos EUA terão impacto relevante para o setor. Para ele, o governo brasileiro deveria buscar uma solução diplomática para a questão tarifária.

Hoje também entram em vigor as tarifas que a China impôs aos Estados Unidos em retaliação às tarifas de Trump. Entre as sanções econômicas, Pequim estabeleceu tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL), além de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros com motores de grande porte importados dos EUA.

No último domingo, 9, Trump ameaçou impor novas tarifas. Além dos 25% sobre importações de aço e alumínio, o presidente disse, em coletiva de imprensa, que deve anunciar tarifas recíprocas aos países que estão "tirando vantagem dos EUA".

Nos Estados Unidos, a agenda da semana conta com a audiência de política monetária do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso americano. Na terça-feira, ele falará no Senado; na quarta, na Câmara.

Na quarta-feira também serão divulgados dados da inflação americana de janeiro. Para sexta está programada a divulgação dos dados de vendas do varejo americano.

Mercado brasileiro

No Brasil, o mercado volta suas preocupações para os novos programas do governo federal para acelerar o crédito e impulsionar o consumo no país.

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja que os bancos públicos atuem na oferta de crédito pela nova modalidade de empréstimo consignado privado.

O novo modelo, que será lançado pelo governo em breve, não exige de um teto para os juros, diferentemente do que acontece na versão para o INSS.

A medida acontece em meio a um cenário de desaceleração do crescimento econômico, com a Selic alta para tentar controlar a inflação.

Na sexta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias, disse ao portal Deutsche Welle que cogitava um aumento do valor do Bolsa Família para compensar o impacto do aumento do preço dos alimentos. Rapidamente, a Casa Civil emitiu uma nota negando que haja qualquer estudo no governo sobre o tema.

Nesta semana, em Brasília, o Tribunal de Contas da União deve pautar a votação de recurso do governo para liberar as verbas do programa Pé de Meia, bloqueadas pela Corte por terem sido operadas fora do orçamento.

Na agenda de indicadores, está a divulgação dos dados do IPCA de janeiro nesta terça-feira, 11. A projeção é que o índice oficial de inflação caia para 0,16%, contra alta de 0,52% em dezembro.

Também está programada a divulgação de dados de dezembro sobre o volume de serviços na quarta-feira; e sobre as vendas do varejo na quinta-feira.

Temporada de balanços

A semana começa com o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME) divulgando seus números.

O BTG Pactual terminou o quarto trimestre de 2024 com lucro de R$ 3,3 bilhões, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2023 e dentro do consenso de mercado. As receitas subiram 19%, para R$ 6,7 bilhões.

O retorno sobre patrimônio (ROE) ajustado nos últimos três meses de 2024 teve queda na margem, chegando a 23%, contra 23,5% nos três meses anteriores. No ano, contudo, o indicador de rentabilidade ficou em 23,1%, um aumento de 0,4 ponto percentual em relação ao fechamento de 2023.

Na quarta, será a vez de Suzano, Banrisul, Jalles Machado e Totvs divulgarem seus resultados. Na quinta, da Caixa Seguridade. Na sexta, da Porto e da Raízen.

Mercados asiáticos

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam o dia sem uma direção única. O índice japonês Nikkei ficou estável, com alta de 0,04%; assim como o sul-coreano Kospi, que caiu 0,03%. Já o Taiex, de Taiwan, recuou 0,96%.

Na China, o Xangai Composto subiu 0,56%, enquanto o Shenzhen Composto avançou 1,08%. O destaque ficou com as empresas de telecomunicações chinesas que incorporaram o modelo de inteligência artificial da startup chinesa DeepSeek. A China Telecom subiu 6,6% e China Unicom teve alta de 4,4%.

Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 1,84%, ainda impulsionado pela alta das empresas de tecnologia, que se beneficiam do entusiasmo com o modelo de inteligência artificial da Deepseek. Meituan, Alibaba e Baidu tiveram altas, respectivamente, de 5,6%, 5,5% e 3,7%.

Na Austrália, o S&P/ASX 200 em Sydney teve queda de 0,34%.

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