Suzano: sólida execução das operações, especialmente com a fábrica Ribas, foi apontada como um dos principais motores do resultado positivo (Suzano/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 11h43.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2025 às 11h54.
A Suzano (SUZB3) registrou um prejuízo líquido de R$ 6,737 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 4,515 bilhões obtido no mesmo período de 2023. Mas os números foram bem recebidos pelo mercado, com as ações da companhia operando em alta de 1,59% em um dia de queda do Ibovespa e das blue chips.
Apesar do prejuízo, a companhia apresentou crescimento expressivo em suas principais linhas de receita. A receita líquida aumentou 37% na comparação anual, alcançando R$ 14,18 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 44%, totalizando R$ 6,48 bilhões. Além disso, a geração de fluxo de caixa livre (FCF) foi robusta, somando R$ 3,9 bilhões, um reflexo da sólida execução das operações e da redução de custos.
Esses resultados impulsionaram a reação positiva dos analistas. O Citi, por exemplo, destacou que a companhia superou suas estimativas, apontando o bom desempenho nas remessas de celulose e na redução de custos. O banco reportou que o Ebitda ajustado de R$ 6,5 bilhões ficou 3% acima do consenso de mercado. A sólida execução das operações, especialmente com a fábrica Ribas, foi apontada como um dos principais motores do resultado positivo.
O Itaú BBA, embora destacando uma deterioração sequencial no Ebitda do segmento de papel, ressaltou a forte geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a redução na alavancagem, como pontos positivos. “O Ebitda de celulose foi estável, com melhores custos e volumes compensando a queda nos preços realizados”, destacou o banco.
O Safra, por sua vez, focou na força das remessas de celulose, que impulsionaram o desempenho da empresa, enquanto a Suzano ainda enfrenta desafios relacionados à sazonalidade da demanda e ao impacto das paradas para manutenção em sua capacidade produtiva.
Em uma teleconferência com analistas, o CEO da Suzano, Beto Abreu, ressaltou que o foco da companhia está em equilibrar a alocação de capital e a redução da alavancagem. “Precisamos achar a correta relação entre alocação de capital e redução de alavancagem. A recompra de ações virá desse equilíbrio. Concordamos que há impacto dos juros nos papéis, não apenas pelo juro no Brasil, mas também lá fora”, afirmou Abreu.
Em termos de perspectiva, os analistas permanecem otimistas, com o consenso indicando que a Suzano deve continuar apresentando resultados robustos ao longo de 2025, sustentados pela continuidade do aumento da produção e pelas boas perspectivas para os preços da celulose, apesar da volatilidade cambial e dos desafios macroeconômicos.