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Suspensão das tarifas do México e Canadá, resposta da China e ata do Copom: o que move o mercado

Na agenda de indicadores, o mercado aguarda o relatório Jolts de empregos dos Estados Unidos

Radar: mercado repercute resposta da China às tarifas de Trrump

Radar: mercado repercute resposta da China às tarifas de Trrump

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 08h21.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 09h38.

As tarifas impostas por Donald Trump ganham novos capítulos nesta terça-feira, 4, com as respostas dos três países. Do lado do México e do Canadá, um acordo que adia os impostos por um mês foi estabelecido. Do lado da China, houve resposta com taxação de volta.

Por aqui, é amplamente aguardado pelos investidores a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Na primeira reunião do ano, assim como prometido, o Banco Central (BC) elevou a Selic em 1 ponto percentual (p.p.) para 13,25%. Assim como também contratado, o guidance para março permaneceu em 14,25%, o que representa mais uma alta de 1 p.p..

Entretanto, o BC deixou aberto a reunião para maio, o que chamou a atenção dos mercados e foi interpretado como um tom mais ‘dovish’, ajudando, inclusive, no fechamento da curva de juros futuros nos últimos dias. Nesta ata, investidores buscarão pistas sobre os próximos passos do Copom, incluindo a Selic terminal.

Na agenda de indicadores, o mercado aguarda o relatório Jolts de empregos dos Estados Unidos. Dois membros do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) também discursam ao longo do dia: Raphael Bostic (13h) e Mary Daly (16h). Além deles, o governador do Fed, Philip Nathan Jefferson, também fala às 21h30.

Após o fechamento do pregão, o mercado acompanha o balanço de Alphabet (GOOGL).

México e Canadá fazem acordo com EUA

O primeiro país a fazer um acordo com os Estados Unidos foi o México, nesta segunda-feira, 3. Após Trump assinar uma ordem executiva para taxar em 25% o país, o governo do México chegou a um acordo com os EUA para postergar, por 30 dias, a aplicação das novas tarifas de importação.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, foi a primeira a divulgar o acordo, que posteriormente recebeu confirmação do próprio Trump.

Sheinbaum anunciou o acordo por meio de suas redes sociais na tarde de ontem, mencionando que teve uma conversa "produtiva" com Trump. Ela destacou que os Estados Unidos também prometeram agir contra o envio de armas de alto calibre que abastecem o crime organizado no México.

Como parte do entendimento, o México se comprometeu a intensificar o controle nas fronteiras, com o envio de 10 mil soldados para a região, com o objetivo de frear o tráfico de drogas, especialmente do fenfantil, e a entrada irregular de imigrantes em território norte-americano.

Trump justificou essas medidas alegando que pretende pressionar os países a adotarem ações mais rigorosas contra a imigração ilegal e o tráfico de fentanil, substância ligada aos cartéis mexicanos e à produção química chinesa. Os três países – Canadá, México e Estados Unidos – fazem parte do USMCA, acordo que regula o livre comércio entre eles.

Junto com as tarifas contra o México, no sábado, 1º de fevereiro, Trump anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre a maior parte dos produtos vindos também do Canadá, o que também fez o país se movimentar e conseguir o mesmo acordo de suspensão de 30 dias para as tarifas.

No próprio sábado, o primeiro-ministro Justin Trudeau decidiu responder à política de Trump aplicando de volta tarifas de 25% sobre produtos dos EUA. Entretanto, voltou atrás, dizendo ter tido "uma boa conversa" com Trump. A autoridade também destacou que o país está implementando seu plano de fronteira com os EUA, no valor de US$ 1,3 bilhão, para "interromper o fluxo de fentanil".

China responde com tarifas

Já a China, que sofrerá com uma tarifa adicional de 10%, respondeu a política tarifária de Trump com uma série de retaliações. Entre as ações, Pequim impôs tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) e de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros com motores de grande porte importados dos EUA. As tarifas passarão a valer a partir da próxima segunda-feira, 10, enquanto as tarifas contra a China devem começar já na data de hoje.

O Ministério das Finanças da China afirmou que "o aumento unilateral das tarifas pelos EUA viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)", prejudicando a cooperação comercial entre os países.

Além das tarifas, a China abriu uma investigação antitruste contra o Google (GOOGL), alegando suspeitas de práticas anticoncorrenciais. Embora a empresa tenha uma presença limitada no país, a ação sinaliza o endurecimento da postura de Pequim contra empresas ocidentais. O Google, que saiu oficialmente do mercado chinês em 2010 após se recusar a cumprir exigências de censura, ainda não comentou o inquérito.

Pequim também incluiu duas empresas americanas na lista de "entidades não confiáveis", proibindo novas transações no país: o PVH Group, dono da Calvin Klein e Tommy Hilfiger, por suposto boicote ao algodão de Xinjiang, e a Illumina, empresa de biotecnologia com escritórios na China.

Outra medida importante foi a imposição de restrições à exportação de minerais essenciais para a indústria tecnológica, como tungstênio, telúrio, bismuto, molibdênio e índio. Esses minerais são considerados críticos pelos EUA por serem fundamentais para setores como eletrônicos, telecomunicações e defesa. As restrições se somam a medidas anteriores que limitaram a venda de gálio e germânio, usados na fabricação de semicondutores.

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