São Paulo - O Fundo Verde, maior fundo hedge do Brasil e um dos maiores do mundo, reduziu ainda mais sua posição em ações brasileiras, limitando a parcela aplicada em papéis da Bovespa a 5% da carteira.
O fundo é um multimercado, que pode aplicar em qualquer ativo, e tem patrimônio de cerca de R$ 14 bilhões, considerando as várias carteiras que replicam sua estratégia.
No começo do ano, o fundo tinha 13% de seus recursos aplicados em ações de empresas brasileiras, o que significa que a parcela caiu a menos da metade em quatro meses.
A estratégia segue a visão do gestor do fundo, Luis Stuhlberger, e de sua equipe, de que a alta recente da bolsa e as quedas do dólar e dos juros são temporárias pois não estão de acordo com os fundamentos da economia brasileira, que apresenta deterioração das expectativas de crescimento, inflação alta, contas fiscais desequilibradas e conta-corrente externa com déficit elevado.
Em relatório enviado aos clientes, o gestor reafirma suas apostas, que fizeram o Verde perder 0,95% em abril e 2,8% no ano, diante de um CDI de 0,81% e 3,23% e de um Ibovespa de 2,4% e 0,23%, respectivamente.
Para Stuhlberger, “no longo prazo, a balança do mercado vai pender para o lado dos fundamentos problemáticos”, passando então a beneficiar as apostas do gestor, de alta do dólar e dos juros e queda da bolsa.
O relatório do Verde de abril começa com uma frase de Benjamim Graham, estudioso dos mercados financeiros, criador das teorias de investimento no valor das empresas e que foi professor e chefe do megainvestidor Warren Buffett.
“No curto prazo, o mercado é uma máquina de votar, no longo, é uma balança”, dizia o professor, ao se referir à tendência do mercado de, no curto prazo, escolher as empresas mais populares, desprezando as impopulares.
Já no longo prazo, o que sobraria mesmo no mercado seriam as empresas com peso de verdade.
Para o gestor, o mercado brasileiro nos últimos dois meses estaria “votando”, ou seja, apostando em um cenário político e transformando as quedas da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais em altas nos preços dos ativos, especialmente ações de estatais.
Da mesma forma, e com a mesma visão, os investidores derrubaram a cotação do dólar e os juros de longo prazo.
Esse processo é favorecido pelo ambiente global, que se tornou, temporariamente na visão do gestor, mais atrativo para os mercados emergentes, com quedas nas taxas de juros dos países desenvolvidos e redução da volatilidade dos preços aos níveis mais baixos da história.
“Esse cenário tem ido na direção contrária às posições do fundo, mas nós, como Graham, vemos a ‘balança’ dos fundamentos pendendo fortemente para o lado contrário”, diz o relatório.
Ao mesmo tempo, o gestor chama a atenção para o fato de que o pêndulo do mercado “oscilou da convicção total da reeleição para a crença absoluta na vitória da oposição”.
Nesse ambiente, o Verde aproveitou para reduzir ainda mais sua aplicação em ações brasileiras.
Diante da decisão de Stuhlberger de não “surfar” a onda de otimismo do mercado com as eleições, o Verde completou em abril o quarto mês seguido de perdas, ainda sem um mês positivo em 2014.
Mas, apesar da queda neste ano, o fundo acumula rentabilidade de 9,82% em 12 meses, ante 9,12% do CDI. Um período ainda pequeno para avaliar o fundo, que teve rendimento anual médio de 29,28% desde 1997,para 16,10% do CDI ao ano.
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1. Depois da tempestade
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1/49 (Getty Images)
São Paulo - A crise financeira de 2008 iniciada em setembro nos
Estados Unidos fez o Ibovespa atingir a mínima histórica, chegando a 29.435 mil pontos. Seis anos após a recessão americana, o principal índice da bolsa brasileira mostra um avanço de 75%. A consultoria
Economatica, a pedido da
EXAME.com, analisou as ações que mais se recuperaram da última grande crise. Foram avaliados os desempenhos das ações entre outubro de 2008 até abril de 2014. Confira.
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2. Hering (HGTX3)
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2/49 (Divulgação)
Setor: Têxtil Variação desde outubro de 2008: 1757,85%
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3. Eztec (EZTC3)
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3/49 (Divulgação)
Setor: Construção Variação desde outubro de 2008: 1640,35%
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4. Helbor (HBOR3)
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4/49 (Divulgação)
Setor: Construção Variação desde outubro de 2008: 1149,3%
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5. Alpargatas (ALPA4)
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5/49 (Kai Hendry/Wikimedia Commons)
Setor: Têxtil Variação desde outubro de 2008: 984,11%
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6. BR Malls (BRML3)
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6/49 (Divulgação)
Setor: Imobiliário Variação desde outubro de 2008: 782,9%
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7. Arteris (ARTR3)
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7/49 (Divulgação)
Setor: Transporte Variação desde outubro de 2008: 729,63
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8. Kroton (KROT11+KROT3)
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8/49 (Divulgação)
Setor: Educação Variação desde outubro de 2008: 715,43%
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9. Alpargatas (ALPA3)
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9/49 (Divulgação)
Setor: Têxtil Variação desde outubro de 2008: 701,14%
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10. Banese (BGIP4)
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10/49 (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Setor: Finanças e Seguros Variação desde outubro de 2008: 685,24%
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11. Localiza (RENT3)
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11/49 (Divulgação)
Setor: transporte Variação desde outubro de 2008: 663,72%
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12. Ambev (ABEV3)
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12/49 (Jaime Razuri/AFP)
Setor: Bebidas Variação desde outubro de 2008: 653,86%
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13. RaiaDrogasil (RADL3)
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13/49 (Ismar Ingber)
Setor: Comércio Variação desde outubro de 2008: 639,82%
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14. Marcopolo (POMO3)
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14/49 (Mirian Fichtner)
Setor: veículos e peças Variação desde outubro de 2008: 635,76%
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15. Marcopolo (POMO4)
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15/49 (Divulgação)
Setor: veículos e peças Variação desde outubro de 2008: 633,06%
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16. IGB (IGBR3)
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16/49 (Divulgação)
Setor: eletroeletrônicos Variação desde outubro de 2008: 568,37%
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17. Odontoprev (ODPV3)
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17/49 (Divulgação)
Setor: Saúde Variação desde outubro de 2008: 553,77%
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18. Bicbanco (BICB4)
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18/49 (Adriano Machado/Bloomberg)
Setor: Finanças e Seguros Variação desde outubro de 2008: 550,73%
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19. Taesa (TAEE11)
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19/49 (Santo Antonio/Divulgação)
Setor: Energia Elétrica Variação desde outubro de 2008: 548,33%
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20. M. Dias Branco (MDIA3)
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20/49 (Germano Lüders/EXAME.com)
Setor: Alimentos e Bebidas Variação desde outubro de 2008: 545,69%
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21. Millennium (TIBR5)
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21/49 (Getty Images/Mario Tama/Staff)
Setor: Química Variação desde outubro de 2008: 540,42%
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22. Paraná Banco (PRBC4)
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22/49 (EXAME.com)
Setor: Finanças e Seguros Variação desde outubro de 2008: 540,37%
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23. Minerva (BEEF3)
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23/49 (Divulgação)
Setor: Alimentos e Bebidas Variação desde outubro de 2008: 524,55%
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24. Dimed (PNVL3)
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24/49 (Miguel Medina/AFP)
Setor: Varejista de medicamentos Variação desde outubro de 2008: 509%
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25. Guararapes (GUAR4)
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25/49 (André Lessa/EXAME.com/Site Exame)
Setor: Têxtil Variação desde outubro de 2008: 506,43%
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26. Guararapes (GUAR3)
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26/49 (Divulgação/Riachuelo)
Setor: Têxtil Variação desde outubro de 2008: 489,86%
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27. Grendene (GRND3)
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27/49 (Divulgação)
Setor: Calçados Variação desde outubro de 2008: 489,86%
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28. CCR (CCRO3)
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28/49 (HERBERT COELHO/VIAGEM E TURISMO)
Setor: Transportes Variação desde outubro de 2008: 486,87%
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29. Tegma (TGMA3)
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29/49 (divulgação/Divulgação)
Setor: Transportes Variação desde outubro de 2008: 483,62%
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30. Estácio (ESTC3)
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30/49 (Divulgação)
Setor: Educação Variação desde outubro de 2008: 476,79%
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31. Sanepar (SAPR4)
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31/49 (Divulgação)
Setor: Saneamento Variação desde outubro de 2008: 475,12%
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32. Cosan (CZLT33)
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32/49 (Nelson Almeida/AFP)
Setor: Alimentos e Bebidas Variação desde outubro de 2008: 475,12%
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33. Kepler Weber (KEPL3)
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33/49 (Divulgação/EXAME)
Setor: Siderurgia e Minerurgia Variação desde outubro de 2008: 465,22%
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34. Tupy (TUPY3)
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34/49 (Germano Lüders/Exame)
Setor: Veículos e Peças Variação desde outubro de 2008: 463,23%
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35. Lojas Marisa (AMAR3)
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35/49 (Wikimedia Commons)
Setor: Comércio Variação desde outubro de 2008: 458,34%
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36. Totvs (TOTS3)
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36/49 (Germano Lüders/EXAME.com)
Setor: Software e Dados Variação desde outubro de 2008: 443,78%
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37. Iguatemi (IGTA3)
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37/49 (FERNANDO MORAES/EXAME)
Setor: Imobiliário Variação desde outubro de 2008: 443,6%
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38. Jereissati (MLFT4)
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38/49 (Andrew Burton/Getty Images)
Setor: Financeiro
Variação desde outubro de 2008: 441,94%
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39. Abc Brasil (ABCB4)
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39/49 (EXAME.com)
Setor: Finanças e Seguros Variação desde outubro de 2008: 441,53%
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40. Iochp-Maxion (MYPK3)
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40/49 (Divulgação)
Setor: Veículos e Autopeças Variação desde outubro de 2008: 435,96%
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41. Multiplan (MULT3)
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41/49 (Divulgação)
Setor: Imobiliário Variação desde outubro de 2008: 426,07%
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42. Le Lis Blanc (LLIS3)
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42/49 (Fabiano Accorsi/EXAME)
Setor: Têxtil Variação desde outubro de 2008: 409,26%
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43. Klabin (KLBN4)
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43/49 (Marcelo Min)
Setor: Papel e Celulose Variação desde outubro de 2008: 408,29%
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44. Cesp (CESP5)
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44/49 (Marcos Issa/Bloomberg News)
Setor: Energia Elétrica Variação desde outubro de 2008: 402,37%
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45. SulAmérica (SULA11)
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45/49 (Divulgação)
Setor: Finanças e Seguros Variação desde outubro de 2008: 399,5%
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46. Lojas Americanas (LAME4)
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46/49 (Raul Junior)
Setor: Comércio Variação desde outubro de 2008: 393,49%
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47. Brasmotor (BMTO4)
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47/49 (Germano Lüders/EXAME)
Setor: Eletrônicos Variação desde outubro de 2008: 380,94%
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48. Souza Cruz (CRUZ3)
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48/49 (Cleo Velleda/EXAME)
Setor: Comércio Variação desde outubro de 2008: 379,63%
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49. Veja agora 20 grandes empresas que ficaram ainda maiores em 2014
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49/49 (Getty Images)