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Stellantis paralisa fábricas no Canadá e no México após tarifas de Trump

Cerca de 5.400 trabalhadores serão afetados enquanto montadora revisa operações; ações da empresa caem 9,4%

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 7 de abril de 2025 às 10h14.

A Stellantis anunciou a paralisação de duas fábricas na América do Norte para lidar com a nova tarifa de 25% sobre veículos importados para os Estados Unidos, imposta pelo presidente Donald Trump. A medida é a mais rápida e drástica adotada até agora por uma montadora em resposta ao novo conjunto de tarifas, que entrou em vigor.

A produção será interrompida por duas semanas na planta de Windsor, no Canadá, e durante todo o mês de abril na unidade de Toluca, no México.

[grifar]Cerca de 4.500 trabalhadores da fábrica canadense serão temporariamente dispensados, assim como aproximadamente 900 funcionários nos EUA que atuam em plantas de apoio.

Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis na América do Norte, a suspensão visa reavaliar os impactos de médio e longo prazo das tarifas nas operações da companhia. Em comunicado interno, Filosa reconheceu que o ambiente atual cria “incerteza significativa” e afirmou que a montadora está em diálogo com governos, sindicatos, fornecedores e concessionários nos três países

As ações da Stellantis fecharam o pregão de quinta-feira em queda de 9,4%, a US$ 10,21, o pior desempenho diário desde setembro. Na sexta-feira, a queda foi de quase 7%.

Ford e GM respondem sem paralisar fábricas

Diferentemente da Stellantis, Ford e General Motors buscaram alternativas para enfrentar as tarifas sem suspender a produção. A GM, segundo fontes ouvidas pela CNBC, vai ampliar temporariamente a fabricação de picapes em sua planta de Indiana, estratégia para manter o ritmo em seus modelos mais lucrativos, como o Chevrolet Silverado e o GMC Sierra.

A Ford lançou uma campanha de vendas que oferece desconto de funcionário a todos os consumidores, válida de 3 de abril a 2 de junho. O programa, batizado de "From America, For America", inclui "economias significativas", embora não abranja modelos como o Ford Raptor, Ford Expedition 2025 e Lincoln Navigator.

O sindicato Unifor, que representa os trabalhadores canadenses afetados, criticou as tarifas e alertou para o impacto imediato sobre o emprego. “Trump está prestes a descobrir como a produção automotiva da América do Norte é interconectada, às custas dos trabalhadores”, afirmou Lana Payne, presidente da entidade.

As vendas de automóveis nos EUA superaram expectativas no primeiro trimestre, impulsionadas pela corrida de consumidores para comprar veículos antes da entrada em vigor das tarifas, que devem elevar os preços.

*Com agências internacionais

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