S&P quer Orçamento da Irlanda em 2011 que possa combater a dívida pública (Steve/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2010 às 07h25.
Dublin - A agência Standard & Poor's rebaixou nesta quarta-feira a classificação da dívida irlandesa de longo prazo da categoria de AA- para A com perspectiva negativa, ao considerar que o país terá de aceder a um resgate financeiro para os bancos maior do que o previsto.
Além disso, em comunicado emitido nesta quarta-feira, a agência indicou que rebaixou a dívida irlandesa de curto prazo de A-1+ para A-1 pelos mesmos motivos.
Segundo a nota, o "rating" da Irlanda voltará a cair em breve se as conversas que mantém o Governo de Dublin com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o resgate financeiro a este país não conseguirem frear suas necessidades de liquidez para enfrentar a sua dívida.
De acordo com a imprensa irlandesa, o custo total do plano de resgate para este país poderia se aproximar aos 90 bilhões de euros.
A agência indicou que modificará sua classificação se o Executivo não aprovar em 7 de dezembro no Parlamento nacional o Orçamento Geral do Estado para 2011, condição indispensável para ter acesso ao plano de ajuda da UE e do FMI.
"O rebaixamento da classificação reflete nossa opinião de que o Governo irlandês terá de tomar emprestado mais do que o previsto para financiar injeções de capital em seu deteriorado sistema bancário", assinalou Standard & Poor's.
Neste sentido, a agência confiou em que o plano de resgate volte a gerar confiança nas entidades financeiras irlandesas, mas advertiu que este não reduzirá os níveis de dívida do Estado.
A agência prevê que a economia irlandesa crescerá abaixo do esperado durante os próximos dois anos devido ao lastro de sua dívida privada, os planos de austeridade do Governo e as incertas perspectivas da economia europeia.
"Acreditamos razoável esperar que o programa da UE-FMI, que está sendo negociado agora, ajudará à Irlanda a tramitar o processo de redução do tamanho de seus bancos comerciais", assinalou Standard & Poor's, ao precisar que este processo poderia demorar "vários anos" para concluir-se.