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S&P rebaixa Azul para 'SD' após troca de dívida em condições difíceis

Decisão foi tomada em decorrência da recente troca de dívida realizada pela empresa

Azul: empresa levantou US$ 800 milhões (Divulgação/Site Exame)

Azul: empresa levantou US$ 800 milhões (Divulgação/Site Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 17 de julho de 2023 às 17h53.

Última atualização em 17 de julho de 2023 às 18h17.

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings rebaixou as classificações de crédito da companhia aérea brasileira Azul para 'SD' (default seletivo). A decisão foi tomada em decorrência da recente troca de dívida realizada pela empresa, considerada pela agência como uma transação em situação de dificuldades financeiras.

A Azul concluiu a troca de seus títulos não garantidos com vencimento em 2024 e 2026 pelo valor nominal anunciado. No entanto, a S&P Global Ratings avaliou que essa troca é equivalente a um default, uma vez que os credores receberão um valor inferior ao originalmente prometido. Os títulos não garantidos tiveram suas classificações rebaixadas para 'D', indicando a situação de default.

A agência também reduziu as classificações de crédito do emissor tanto em escala global quanto nacional. O rating em escala global foi rebaixado de 'CC' para 'SD', enquanto o rating em escala nacional foi reduzido de 'brCC' para 'SD'. A S&P ressalta que, nos próximos dias, avaliará a nova estrutura de capital da empresa e espera elevar a classificação de crédito do emissor da Azul para 'B-', o que reflete uma melhoria nas perspectivas futuras.

A troca de dívida realizada pela Azul teve como objetivo reduzir os riscos de refinanciamento e melhorar o perfil de vencimentos da empresa. Com a conclusão da troca, apenas cerca de US$ 100 milhões dos títulos não garantidos com vencimento em 2024 permanecerão pendentes. Além disso, a empresa conseguiu obter considerável liquidez por meio da emissão de novas notas prioritárias de primeira linha no valor de US$ 800 milhões, cujos pagamentos serão garantidos em primeira linha.

No entanto, a S&P destaca que essa troca foi realizada em meio a um cenário desafiador, com a empresa enfrentando uma diminuição da liquidez e condições difíceis no mercado financeiro. Os detentores dos títulos receberão menos do que o originalmente prometido, uma vez que os vencimentos foram prorrogados e os títulos antigos serão subordinados às novas notas garantidas emitidas.

A agência de classificação de risco reconhece que a troca de dívida realizada pela Azul S.A. reduziu significativamente o risco de refinanciamento da empresa e melhorou seu perfil de vencimento. Como resultado, a S&P espera elevar a classificação de crédito do emissor da Azul para 'B-' nos próximos dias, refletindo uma perspectiva mais positiva para a empresa.

A Azul, por sua vez, ressalta que está comprometida em buscar alternativas financeiras e estratégicas para fortalecer sua posição no mercado e garantir seu crescimento sustentável.

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