Repórter
Publicado em 7 de abril de 2025 às 12h49.
Última atualização em 7 de abril de 2025 às 13h11.
Esta segunda-feira, 7, está sendo marcada por volatilidade nas bolsas globais, em especial nos Estados Unidos, com o índice S&P 500 entrando brevemente em território de bear market.
A instabilidade foi alimentada pelas incertezas relacionadas à guerra comercial do presidente Donald Trump, cujas tarifas globais têm gerado um clima de crescente pessimismo entre os investidores, e também pela ameaça do presidente americano de tarifas adicionais de 50% sobre a China.
O S&P 500, índice de referência do mercado americano, abriu com queda de mais de 3%, mas o cenário se manteve volátil ao longo do pregão, registrando pequenas recuperações no meio das perdas. Ainda nesta manhã, o índice chegou a cair 21% em relação ao pico histórico de fevereiro, perto da marca que define um bear market.
Esta é a segunda queda mais rápida para um mercado de urso da história, atrás apenas do colapso de março de 2020, durante a pandemia de covid-19.
A instabilidade não se limitou ao mercado americano. Os índices de ações na Ásia e na Europa também registraram quedas, ampliando a reação negativa do mercado global. No Brasil, o Ibovespa (Ibov) tinha queda de -1,34%, aos 125.545 mil pontos.
Enquanto isso, o conselheiro econômico de Trump, Kevin Hassett, tentou suavizar as preocupações com a possibilidade de negociações futuras. No entanto, declarações contraditórias de outros membros do governo, como o secretário de Comércio Howard Lutnick, que reforçou a permanência das tarifas, contribuíram para o desânimo no mercado.
O termo bear market, ou mercado em baixa, é frequentemente mencionado no contexto de flutuações financeiras e crises econômicas. Ele descreve um período prolongado de queda nos preços dos ativos financeiros, especialmente as ações.
Caracterizado por um clima de pessimismo e incerteza entre os investidores, um bear market acontece oficialmente quando um índice de mercado, como o S&P 500 ou o Nasdaq, sofre uma queda de 20% ou mais em relação ao seu pico recente.
Durante esses períodos, a confiança no mercado diminui, e os investidores tendem a adotar uma postura mais cautelosa, o que resulta em uma redução nos preços das ações e aumento da aversão ao risco.
Os Estados Unidos já tiveram múltiplos bear markets ao longo da história. Alguns dos episódios mais notáveis incluem:
1929-1932: a Grande Depressão, onde o mercado financeiro colapsou após uma bolha especulativa.
1973-1974: a crise do petróleo e a recessão econômica mundial, que impactaram fortemente as economias globais.
2000-2002: o colapso das empresas pontocom, com uma bolha tecnológica que estourou, afetando gravemente o mercado de ações.
2007-2009: a crise financeira global do subprime, que resultou em falências de grandes instituições financeiras e uma recessão mundial.
2020: o impacto econômico da pandemia de covid-19, que causou uma queda abrupta nos mercados financeiros globais.
2022: o aumento da inflação e o ajuste das taxas de juro, que geraram uma desaceleração econômica e afetaram negativamente o mercado.
2025: o recente bear market do Nasdaq, impulsionado por incertezas econômicas e políticas, como anúncios de tarifas comerciais.