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Small cap investida por Verde e Dynamo tem upside superior a 250%

Gestoras sustentam posição na empresa mesmo após preço da ação cair mais de 50% em relação ao preço definido para o IPO em novembro passado

Ações da Enjoei podem subir 270%, segundo analistas do BTG Pactual | Foto Jesada Wongsa/ Getty Images (Jesada Wongsa/Getty Images)

Ações da Enjoei podem subir 270%, segundo analistas do BTG Pactual | Foto Jesada Wongsa/ Getty Images (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 06h20.

Com queda de 52,8% desde sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), em novembro de 2020, as ações da Enjoei (ENJU3) estão no menor patamar de sua breve história na bolsa brasileira. Em um ambiente de maior aversão ao risco e reclamações sobre a qualidade de seus serviços, o “brechó digital” ainda não conseguiu convencer todo o mercado, mas ganhou a chancela de algumas das gestoras mais respeitadas de dentro e de fora do país. 

Verde Asset, Dynamo, Absoluto e Sharp Capital estão entre seus principais acionistas no Brasil. Do exterior, a Enjoei ainda tem investimentos dos americanos do Morgan Stanley e da Bessemer, gestora de venture capital que apostou em grandes nomes da tecnologia como Pinterest, Twitch e Shopify. Juntos, eles detêm 33% da Enjoei.

Apesar do momento negativo para as ações de modo geral, e de tecnologia em particular, esses acionistas mantiveram a confiança na companhia, sem reduzir suas participações de forma significativa. Pelo contrário. 

Em meados de agosto deste ano, quando os papéis ainda estavam com queda de 40% em relação ao IPO, a Dynamo aproveitou a baixa para aumentar sua posição para 5,07% do capital da empresa fundada por Ana Luiza McLaren e Tiê Lima.

Naquele instante, as ações da Enjoei reservavam um potencial de alta (upside) de cerca de 200%, segundo cálculos de analistas do BTG Pactual (BPAC11). Com recomendação de compra, o banco agora vê agora espaço para os papéis subirem 270% até baterem o preço-alvo de 18 reais. A cotação de fechamento na segunda, dia 20, foi de 4,80 reais.

Com um modelo de negócio que remete ao do Mercado Livre, guardadas as devidas e necessárias proporções de tamanho do marketplace e outras verticais, a Enjoei se destaca na venda de produtos usados, especialmente ligados à moda. São frentes que os analistas do BTG veem como “grande oportunidade” para o crescimento da empresa. 

“Nossas estimativas para os próximos anos implicam grande aceleração [do crescimento] à medida que a Enjoei acelera os investimentos em marketing, melhora os níveis de serviço e constrói uma marca mais forte”, avaliam os analistas. 

Para impulsionar o crescimento, a companhia desenvolveu o EnjuPro, plataforma em que vendedores terceirizam a administração de sua página na plataforma em troca de comissões mais altas para a Enjoei.

Atualmente, disponibilizada apenas para produtos de moda feminina, o inventário do EnjuPro encerrou o último trimestre com cerca de 140.000 produtos, 621% a mais do que em junho do ano passado. 

Riscos para o investimento

No segundo trimestre, a companhia aumentou suas vendas totais (GMV) em 82% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 205 milhões de reais. Apesar de elevado, o crescimento foi levemente inferior às altas anuais de 104% e 95% apresentadas, respectivamente, no primeiro trimestre deste ano e no quarto trimestre do ano passado. 

Além da desaceleração no trimestre mais recente, analistas apontam que o índice de satisfação de seus serviços tem mantido investidores mais cautelosos com a tese da Enjoei. 

No site especializado Reclame Aqui, a nota da Enjoei (6,5) é inferior às de outras empresas de e-commerce, como Mercado Livre (7,6), OLX (8), Amazon (8,6) e Magazine Luiza (8,7). Apesar da avaliação comparativamente mais baixa, a empresa tem melhorado o feedback doss clientes. Em janeiro, a nota da Enjoei no Reclame Aqui era de 4,7. 

Para a melhorar o atendimento, a companhia investiu em chat pós-venda e em um sistema simplificado de devolução. 

 

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