Shell: lucro ajustado de US$ 28,25 bilhões para o ano de 2023 veio acima das expectativas de analistas (Tulio Vidal/Divulgação)
Redatora
Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 06h57.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h55.
A Shell, gigante britânica do setor petroleiro, publicou seu lucro ajustado de US$ 28,25 bilhões para o ano de 2023. O valor representa uma queda de 29% em comparação com seu lucro anual recorde de US$ 39,9 bilhões no ano anterior, mas ainda sim acima das expectativas de analistas, que girava em torno de US$ 27,5 bilhões, de acordo com o consenso LSEG.
A companhia ainda anunciou um aumento de 4% nos dividendos para o quarto trimestre e um programa de recompra de ações de US$ 3,5 bilhões, a ser realizado nos próximos três meses. As ações da empresa listada na bolsa de Londres subiram cerca de 2% durante a manhã desta quinta-feira, 1.
O CEO da Shell, Wael Sawan, afirmou que está "satisfeito com o progresso da empresa em 2023", mas que ainda que "há mais a ser feito", durante entrevista à emissora norte-americana CNBC.
Em meio à cobranças para a transição verde na energia, o executivo disse que o compromisso da empresa com emissões líquidas zero até 2050 permanece inalterado e que a Shell gastou US$ 5,6 bilhões em projetos de "baixo carbono" no ano passado.
"Achamos o equilíbrio que nos permite continuar a fornecer segurança energética hoje, enquanto investimos com um foco real em nossa força competitiva na transição energética", acrescentou.
O mercado de petróleo tem sido especialmente afetado com as tensões políticas provocadas pela guerra em Gaza, que começou em outubro do ano passado. Os contratos de Brent e WTI (West Texas Intermediate, o petróleo produzido nos EUA) caíram cerca de 10% em 2023.
No entanto, os resultados da Shell mostram a resiliência da empresa em cenário incerto. Os preços do petróleo estavam em alta na manhã desta quinta-feira (1º), com os contratos futuros internacionais de Brent subindo 0,6%, para US$ 81,07 por barril, enquanto os futuros do WTI subiam 0,7%, para US$ 76,35 por barril.
Outras gigantes do petróleo dos EUA, Exxon Mobil e Chevron, têm previsão de divulgar seus resultados para 2023 na sexta-feira (2), enquanto as concorrentes europeias BP e TotalEnergies devem fazer o mesmo na próxima semana.