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Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2010 às 18h14.
São Paulo - As ações do setor imobiliário seguraram uma queda ainda mais expressiva da bolsa brasileira nesta semana. O Ibovespa - principal índice de ações da BM&FBovespa - caiu quase 5%, enquanto os papéis da incorporadora MRV (MRVE3), por exemplo, dispararam 7% no período. Outros papéis, como Cyrela (CYRE3), PDG (PDGR3) e Gafisa (GFSA3), também apresentaram forte oscilação positiva nas últimas sessões.
"O setor sofreu muito por uma visão negativa que o investidor estrangeiro tem sobre o efeito do aumento de juros no setor. Isso está errado", explica o analista da Perfin Investimentos, Roberto Vasconcellos. A gestora também participou do movimento de troca de exposição ao setor nesta semana e zerou posições vendidas em algumas empresas, além de comprar ações de outras.
Na semana anterior, a tendência era outra. Naquela ocasião, a notícia de que o mega investidor do setor imobiliário Sam Zell tinha vendido parte de sua fatia na Gafisa tinha minado a confiança nas perspectivas das empresas. Agora, entretanto, especula-se que o mesmo Sam Zell estaria formando um novo fundo para investir no setor.
"Não há dados confirmados, mas se fala em um bilhão de reais", destaca Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. "O episódio é um fator pontual do setor, ligado a esse acontecimento, e não uma tendência", pondera Galdi. "Ele achar que o setor ainda está muito barato é quase um aval", aponta Vasconcellos, da Perfin.
Apesar da recuperação vista nos últimos dias, os analistas não acreditam que a perspectiva agora é de uma alta sustentada da bolsa. "A alta do Ibovespa hoje não é de forma alguma uma tendência. Os investidores brasileiros enxergaram no momento de volatilidade uma oportunidade de compra de papéis", afirma André Perfeito, economista da Gradual Corretora.