Com exceção da Eztec, as demais empresas já realizaram algum tipo de operação de captação de recursos, afirma Ricardo Tadeu Martins, analista da Planner (Claudio Rossi/VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2011 às 16h26.
São Paulo – O setor de construção civil em bolsa começa a sentir a pressão dos investidores porque ainda não consegue andar com as próprias pernas. A expectativa era de que as empresas pudessem, já em 2011, tocar os projetos com a própria geração de caixa sem recorrer ao mercado de capitais, o que não está ocorrendo.
“Com exceção da Eztec que ainda mantém caixa positivo desde a abertura de seu capital, as demais empresas já realizaram algum tipo de operação de captação de recursos, seja via novas ações, debêntures e financiamentos direto com bancos”, afirma Ricardo Tadeu Martins, analista da Planner Corretora.
Ele lembra ainda que algumas ficaram pelo caminho e foram incorporadas, como a Company, Tenda, Abyara, Klabin Segall e Agra.
Apesar da demanda por móveis continuar forte no Brasil, Martins prefere tomar outro posicionamento sobre o assunto e coloca em xeque a continuidade da demanda no setor até o final deste ano. “Até mesmo o ‘Minha Casa, Minha Vida’, que deveria estar puxando o setor para cima, não atingiu suas metas nestes primeiros meses do ano”.
O setor imobiliário enfrenta ainda uma pressão sobre as margens, que já apresentaram uma queda nos balanços do primeiro trimestre de 2011, um reflexo dos altos custos de construção e de vendas menores, aponta. O desempenho das ações das incorporadoras estará refletindo estes fatores durante 2011, diz. “Aquelas menos expostas deverão ter melhor desempenho em bolsa”, avisa Ricardo Tadeu Martins.
Em 2011, o índice que mede o desempenho das ações do setor imobiliário na BM&FBovespa, o IMOB, registra queda de 9,8%. Nos últimos 12 meses, o índice se mantém no positivo, com uma valorização de 26,5%.