Ello Capital contratou quatro banqueiros e seis associados para iniciar as operações do banco de investimentos. (OpenRangeStock/Thinkstock)
Tais Laporta
Publicado em 27 de julho de 2019 às 08h10.
Última atualização em 27 de julho de 2019 às 08h10.
Depois de anos de domínio do Canadá na captação de financiamento para o setor de maconha, o país começa a perder a vantagem inicial, e banqueiros dos Estados Unidos são cada vez mais procurados por empresas de cannabis.
Para banqueiros dispostos a apostar em negócios relacionados à maconha, a oportunidade é grande: com a legalização em mais estados dos EUA, o setor vive uma onda de consolidação com grandes empresas interessadas em aumentar sua presença nacional.
E, embora o veto do governo federal tenha afastado grandes bancos, veteranos do Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Credit Suisse Group decidiram embarcar no negócio.
Um exemplo dessa tendência é a MGO-Ello Alliance, empresa de contabilidade e consultoria da Califórnia que tem oferecido serviços para o setor de maconha nos últimos anos. A empresa acaba de lançar um banco boutique de investimentos em maconha, o Ello Capital, comandado por um veterano de Wall Street. A MGO-Ello Alliance espera que o banco consiga lucrar com comissões em meio à onda de acordos no setor de cannabis.
O Ello Capital pode ser seguido por grandes bancos de investimento se esforços no Congresso para legalizar o financiamento do setor de maconha derem resultado. Mas, mesmo que seja esse o caso, a MGO-Ello acredita que sua experiência anterior no setor pode representar uma vantagem sobre bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley, que têm grandes redes de investidores e capacidade de firmar grandes negócios.
"Estou confiante de que posso competir contra qualquer banqueiro em qualquer lugar", disse Hershel Gerson, um veterano do Credit Suisse e do Macquarie Capital, que agora é presidente do Ello Capital.
No total, o Ello Capital contratou quatro banqueiros e seis associados para iniciar as operações do banco de investimentos. Gerson fechou mais de US$ 30 bilhões em acordos ao longo de sua carreira em bancos de investimentos, disse a empresa em comunicado.
Os investidores voltam suas atenções para os EUA menos de um ano após o Canadá ter legalizado a maconha para o uso por adultos em todo o país. A medida deu uma vantagem inicial ao vizinho dos EUA, e uma série de fusões reversas e ofertas públicas no país ajudaram a criar um mercado legalizado na América do Norte.
Mas a maré começa a mudar. Empresas canadenses encontram dificuldade para dar lucro e mais estados dos EUA afrouxam a regulamentação para o setor de cannabis. No primeiro trimestre de 2019, pela primeira vez houve mais acordos de cannabis tendo como alvo ativos dos EUA, de acordo com a Viridian Capital Advisors.