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Sequoia (SEQL3) pede recuperação extrajudicial; dívida com fornecedores é de R$ 295 milhões

A companhia, que entrou na bolsa em 2020, viu seu valor de mercado cair de R$ 4 bilhões para R$ 100 milhões

Sequoia: Plano de Recuperação Extrajudicial contempla apenas a Sequoia Logística e a Transportadora Americana (Sequoia/Divulgação)

Sequoia: Plano de Recuperação Extrajudicial contempla apenas a Sequoia Logística e a Transportadora Americana (Sequoia/Divulgação)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 12 de outubro de 2024 às 18h20.

Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 11h55.

A Sequoia (SEQL3), empresa do setor de logística, anunciou neste sábado, 12, que entrou com pedido de recuperação extrajudicial. Segundo a empresa informou, o pedido foi ajuizado depois de acordo firmado com credores não financeiros, como fornecedores e ex- fornecedores da companhia, assim como locadores e outros.  

"A proposta recebeu o apoio prévio de credores que detêm 56% dos créditos em aberto, o que permitirá a reestruturação de aproximadamente R$295 milhões em dívidas com esses credores."

O valor é de cerca  R$ 295 milhões decorrentes de contratos firmados com fornecedores, prestadores de serviços, locadores de armazéns ao longo dos últimos anos.

De acordo com o fato relevante, o plano de Plano de Recuperação Extrajudicial contempla apenas a Sequoia Logística e a Transportadora Americana. Pelo acordo firmado, os fornecedores com valores a receber de diferentes alternativas. O primeiro é a conversão integral dos créditos em ações da Sequoia, negociadas na B3, com preço de exercício por ação objeto da conversão de R$ 8.

A segunda opção é o pagamento em 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo-se a primeira parcela após o prazo de carência, com início em 60 meses contados da homologação judicial do Plano.

E a terceira é deságio de 70%, com o pagamento do saldo em 84 parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo-se a primeira parcela após o prazo de carência de 12 meses contados da homologação judicial do Plano. Uma alternativa é deságio de 50%, com o pagamento em dinheiro à vista de 2/5 do saldo, a ser realizado dentro de 120 dias corridos a contar da homologação do Plano, ou 31 de janeiro de 2025, o que ocorrer primeiro; e pagamento em dinheiro de 3/5 do saldo, em 15 prestações mensais e consecutivas, com início 30 dias corridos após o pagamento em dinheiro à vista do item.

Também existe a opção de deságio de 70%, com o pagamento do saldo em dinheiro à vista, a ser realizado dentro de 30 dias corridos a contar da homologação do Plano.

95% de desvalorização

As ações Sequoia acumulam queda de 40.92% somente este ano. No pregão da última sexta-feira, os papéis da companhia eram negociados por R$ 4,49. Com isso, o valor de mercado da companhia era de cerca de R$ 100 milhões.

A companhia entrou na bolsa em 2020 e movimentou R$ 1 bilhão e a oferta saiu a R$ 12,40 por ação. Desde sua estreia na bolsa, as ações acumulam desvalorização de mais de 95%.

Conforme uma matéria publicada pela EXAME Insight, a Sequoia foi atingida por uma tempestade perfeita nos últimos anos. A empresa, que chegou a valer R$ 4 bilhões na B3 no seu auge no começo de 2021, viu seu negócio encolher em meio à ressaca do ecommerce pós-pandemia.

Segundo a reportagem, a entrada no segmento de entregas pesadas – de eletrodomésticos e móveis, por exemplo – se mostrou um erro estratégico e virou um ralo de caixa, com atividades que foram encerradas e baixadas do balanço.  Ao mesmo tempo, a crise da Americanas fez secar a modalidade de crédito de risco sacado, muito utilizada pela Sequoia, dando o último golpe num balanço que já sofria também com a disparada dos juros.

O balanço divulgado no segundo trimestre do ano passado apontou que a companhia teve um prejuízo de R$ 118,8 milhões e a receita líquida de R$ 243,4 milhões.

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