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Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2012 às 10h47.
São Paulo – Com a crise do euro ainda longe de uma solução e um elevado nível de incertezas, os analistas do mercado começam a alerta que o mais prudente agora é se preparar para o pior.
Apesar de um dia mais tranquilo nesta segunda-feira no Brasil, as ações de bancos na Espanha caíram forte com as dúvidas acerca da recapitalização do Bankia pelo governo do país. A bolsa de Madri recuou 2,2%, desvalorização muito acima dos outros mercados na região. O prêmio de risco dos títulos do governo espanhol atingiu o maior nível histórico hoje.
“Os indicadores do sentimento do mercado já estão no território de ‘pânico’”, afirma o Citi em um relatório assinado pela equipe de análise global. Segundo o banco, apesar de a saída da Grécia da zona do euro parecer manejável, os investidores estão cada vez mais preocupados com a disseminação do contágio na zona do euro.
Grécia
O clima em torno da Grécia melhorou um pouco com o crescimento do partido favorável ao pacote de resgate internacional nas pesquisas de intenções de voto para as próximas eleições parlamentares.
O avanço do conservador Nova Democracia pode ser uma indicação de que um governo de coalização possa ser formado após o pleito marcado para 17 de junho. A nova disputa foi convocada após os partidos não terem conseguido entrar em um acordo depois das eleições realizadas em 6 de maio. O índice ASE, da bolsa de Atenas, disparou 6,8% com o anúncio das pesquisas no domingo.
“Para os investidores, o balanço de riscos sugere a preparação para o pior, mesmo que, como cidadãos, esperemos o melhor”, avalia Andrew Balls diretor geral da Pimco em Londres.
Solução
Com a perspectiva de que as incertezas comecem a reduzir após as próximas eleições na Grécia, o Citi alerta para um potencial de valorização no curto prazo. “Com os alvos dos analistas de mercado agora sugerindo uma tendência de alta de 20% no final do ano, recomendamos a compra na baixa”, dizem.
“Esperamos que a saída da Grécia seja seguida de medidas econômicas de longo alcance como resposta: projetamos que o BCE corte os juros para 0,5% e volte a emitir títulos sob o programa LTRO, que haja novos pacotes de resgate para Portugal e para a Irlanda, e algo do programa de resgate da Troika para a Espanha, mais o suporte do mercado financeiro para os títulos de dívida soberana da Espanha e da Itália”, explica o Citi em outra análise.