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Semapa pede para Cimpor não vender ações à Camargo

A Semapa apresentou proposta para a formação de uma holding conjunta com suas participações na cimenteira

A InterCement lançou uma oferta de aquisição de 5,5 euros por ação sobre a Cimpor, cimenteira líder de Portugal em que já possui 32,9 por cento do capital (Creative Commons)

A InterCement lançou uma oferta de aquisição de 5,5 euros por ação sobre a Cimpor, cimenteira líder de Portugal em que já possui 32,9 por cento do capital (Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 10h17.

Lisboa - A Semapa, dona da segunda maior cimenteira de Portugal, Secil, propôs à estatal Caixa Geral de Depósitos (CGD) e ao fundo de pensões do Millennium bcp para transferirem suas participações na Cimpor para uma holding conjunta a ser criada, de forma a não serem vendidas na oferta pública feita pela brasileira Camargo Corrêa.

Esta é a resposta da Semapa ao braço de cimento do grupo Camargo Corrêa, InterCement, que, em 30 de março, lançou uma oferta de aquisição de 5,5 euros por ação sobre a Cimpor, cimenteira líder de Portugal em que já possui 32,9 por cento do capital e é o maior acionista.

Analistas têm dito que as chances de sucesso da OPA da Camargo Corrêa aumentaram bastante após a CGD ter manifestado interesse em vender seus 9,6 por cento na Cimpor e após o fundo de pensões do BCP também ter mostrado intenção de se desfazer de seus 10 por cento.

Contudo, a Semapa, que em 2000 fracassou em uma oferta de aquisição da Cimpor feita em conjunto com a Holcim, anunciou na noite de segunda-feira que apresentou em 5 de abril à CGD e à gestora do fundo de pensões do BCP sua proposta para a formação de uma holding conjunta com suas participações na cimenteira.

"A aquisição por esta nova sociedade das participações na Cimpor seria efetuada por um valor por ação não inferior a 5,75 euros", afirmou a Semapa em comunicado enviado ao órgão regulador português CMVM.

A empresa salientou que "esta proposta, válida por 15 dias, foi apresentada tendo como racionalidade o fato de se estar perante um cenário de inevitabilidade de partilha dos ativos da Cimpor à total revelia dos interesses nacionais".

Segundo a proposta da Semapa, a nova sociedade a ser criada integraria, pelo menos numa primeira fase, a CGD e o fundo de pensões do BCP e ainda a Manuel Fino-SGPS, que tem 10,7 por cento da Cimpor, "caso esta venha a aderir".

Assim, seriam agregadas, não só a totalidade das participações detidas pelos três investidores, representando no seu conjunto 30,3 por cento da Cimpor, como também a totalidade da participação da Semapa no capital da Secil, "numa repartição de capital de 50/50 entre a Semapa e as outras entidades".

"Na eventualidade de alguma das entidades não ter disponibilidade para integrar o capital da nova sociedade, a Semapa informou que encarava como alternativa poder vir a proceder à compra das correspondentes participações na Cimpor por valor não inferior a 5,75 euros", segundo a proposta da Semapa.

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