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Semana de eleição, com previsão de caos, começa com alta nas bolsas

Biden abriu 10 pontos de vantagem para Trump em pesquisa NBC/WSJ, mas disputa ainda está em aberto em estados que receberão atenção nesta segunda-feira

Bolsa de Nova York: índices futuros se recuperam após queda de mais de 4% nos mercados na semana passada (REUTERS/Lucas Jackson/Reuters)

Bolsa de Nova York: índices futuros se recuperam após queda de mais de 4% nos mercados na semana passada (REUTERS/Lucas Jackson/Reuters)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 2 de novembro de 2020 às 08h21.

Última atualização em 2 de novembro de 2020 às 12h09.

A reta final da campanha presidencial dos Estados Unidos é o tema do dia no mercado financeiro mundo afora nesta segunda-feira, feriado no Brasil. O presidente Donald Trump vai visitar hoje quatro estados onde ainda vê chance de virar o jogo, enquanto seu adversário, o democrata Joe Biden, concentrará esforços em dois deles, Pensilvânia e Ohio.

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Os índices futuros ligados a Dow Jones se recuperam nesta segunda-feira em alta de 1,71%, após uma semana tenebrosa. O S&P 500 valoriza 1,49% enquanto o índice da Nasdaq sobe 1,03%. O índice europeu Stoxx 600 também subia pouco mais de 1,4% por volta das 12h de Brasília.

Na Ásia, o dia também foi de recuperação, com a bolsa de Hong Kong fechando em alta de 1,46% e a de Tóquio avançando 1,39%.

No radar dos investidores está, claro, a eleição de terça-feira, mas também novas medidas contra a pandemia na Europa, como o anúncio de que o Reino Unido começa hoje um novo período de lockdown de quatro semanas. Uma estimativa divulgada nesta segunda-feira pelo Financial Times aponta possível retração de 2,3% para a Zona do Euro no último trimestre, puxada pelas novas medidas de isolamento.

Dow Jones fechou outubro em queda de 4,6%, no seu pior mês desde março. O índice de volatilidade Vix, conhecido como índice do medo, bateu 40 pontos, o maior patamar em quatro meses. Por aqui, o Ibovespa caiu mais de 7% em outubro, também no pior desempenho desde março. No Brasil, soma-se à incerteza eleitoral dos Estados Unidos a crescente dificuldade fiscal com as evidências crescentes de que o país não vai se recuperar rapidamente da crise econômica causada pela covid-19. O desemprego de agosto, anunciado na sexta-feira, bateu 14,4%, com impacto sobretudo entre os jovens.

Para além da incerteza natural das eleições americanas, investidores estão especialmente preocupados com a possível demora na apuração, que pode ir parar na justiça. No sábado, o analista Jim Cramer, um dos mais conhecidos em Wall Street, afirmou que esta semana deve ser das mais confusas em décadas. “A não ser que o resultado seja um massacre, podemos não saber quem ganhou por dias. E Wall Street detesta esse tipo de incerteza”, disse.

Além da disputa presidencial, a corrida pelo Senado também deve atrair atenção. Uma dupla vitória democrata deve favorecer a aprovação de medidas contra a crise, mas também abre caminho para políticas geralmente criticadas pelos investidores, como aumentos de impostos.

Segundo as pesquisas mais recentes, Biden é franco favorito a vencer as eleições. Seugndo uma pesquisa divulgada no domingo pelo consórcio NBC/Wall Street Journal, Biden tem 52% das intenções de voto, ante 42% de Trump. O vencedor, como se sabe, é conhecido via colégio eleitoral, e não voto direto. Ainda assim, o site de estatísticas Fivethirtyeight lhe dá 90% de chances de vitória.

Mas a disputa apertada em um punhado de estados-chave ainda oferece esperança a Trump. Neste sábado, por exemplo, ele abriu vantagem em Iowa, um estado pequeno, com apenas 6 votos no colégio eleitoral, mas o dado deu um gás extra à campanha republicana. Para ser eleito é necessário conquistar 270 dos 538 votos do colégio eleitoral.

O fim de semana foi movimentado, com eleitores votando em massa antecipadamente -- mais de 92 milhões deles já votaram, um recorde histórico. Ou seja: 40% dos eleitores já votou, pelo correio ou presencialmente. Longas filas país afora são esperadas também para esta segunda-feira, reforçando a dificuldade que é votar na maior democracia do mundo. Donald Trump segue afirmando que a votação é uma fraude, sem apresentar nenhum tipo de prova.

Além disso, o país bateu novo recorde diário de casos do novo coronavírus (100.000) levando o total de mortes para 230.000, numa combinação que na teoria beneficia a candidatura democrata. Os próximos dias devem ser de alta expectativa nos mercados financeiros mundo afora. No Brasil, as negociações serão retomadas nesta terça-feira.

 

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