Os papéis da Blink deram um salto de 3.000% nos últimos oito meses (Blink Charging/Facebook/Divulgação/Divulgação)
Karla Mamona
Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 16h39.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 07h08.
Não há nada no balanço da Blink Charging indicando que a ação da empresa está entre as mais populares nos Estados Unidos. A companhia nunca registrou lucro anual em seus 11 anos de história; alertou no ano passado que poderia ir à falência; tem perdido participação de mercado e registra uma receita anêmica. Ainda assim, a demanda pela ação da empresa é alta.
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Os papéis da Blink deram um salto de 3.000% nos últimos oito meses. Apenas sete ações - de cerca de 2.700 que valem pelo menos US$ 1 bilhão - subiram mais ao longo desse período. O motivo: a Blink é uma empresa de energia verde, proprietária e operadora de estações de recarga de veículos elétricos. E se os investidores têm certeza de alguma coisa é que as empresas verdes são investimentos imperdíveis e obrigatórios do futuro.
Nenhuma ação capta melhor essa euforia do que a da Blink. Com valor de mercado de US$ 2,3 bilhões, o indicador de valor/vendas da empresa - uma métrica comum para saber se uma ação está sobrevalorizada - disparou para 493. Em comparação, para a Tesla - a queridinha do mundo de veículos elétricos e uma empresa com valor de mercado muito maior - esse número é de apenas 25.
“Tudo sobre a empresa está errado”, disse Andrew Left, fundador da Citron Research. “É apenas um nome bonito que chamou a atenção dos investidores de varejo.”
A Citron foi uma das poucas empresas que apostou contra a Blink no ano passado, com operações de venda a descoberto que recompensariam se o preço das ações caísse.
É uma das várias apostas de baixa em ações favorecidas pela multidão de investidores de varejo que se posicionaram contra a Citron - com a GameStop sendo a mais conhecida -, o que levou Left a anunciar em 29 de janeiro que a empresa iria suspender pesquisas sobre ações com posições vendidas. O indicador de posições vendidas em ações da Blink - que mostra a quantidade de apostas contra os papéis - caiu para menos de 25% das ações em circulação em relação a mais de 40% no final de dezembro.
Para os vendedores a descoberto, uma das coisas que chama atenção é que vários nomes da Blink, incluindo o CEO e presidente do conselho, Michael Farkas, foram associados a empresas que entraram em conflito com normas regulatórias anos atrás.
Farkas descarta essa e outras críticas feitas por investidores com posições vendidas. “Sempre houve e sempre haverá críticos”, disse Farkas por e-mail. “Quando fundei a empresa, os críticos questionavam se a mudança para veículos elétricos era real. Agora, à medida que o valor do nosso negócio cresce, os críticos tendem a ser vendedores a descoberto.”