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Se espera por bull market de emergentes, olhe para este gráfico na segunda

Segundo Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, ciclo favorável para emergentes passa por um dólar mais fraco e moeda está prestes a romper barreira importante

Bull market e bear market: fundos de private equity aproveitam momentos de queda para comprar ativos (Getty Images/Getty Images)

Bull market e bear market: fundos de private equity aproveitam momentos de queda para comprar ativos (Getty Images/Getty Images)

PB

Paula Barra

Publicado em 29 de novembro de 2020 às 06h30.

Última atualização em 29 de novembro de 2020 às 10h18.

Desde o pior momento da crise, em 23 de março, para cá, um dos principais fundos de índice (ETFs) para mercados emergentes, o iShares MSCI Emerging Markets (EEM), acumula valorização de 63%. No entanto, ainda há mais alta por vir, principalmente se o dólar ajudar, diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch. 

Com uma visão otimista para mercados emergentes, Attuch, que tem mais de 25 anos na área de pesquisa no mercado financeiro em bancos estrangeiros, chama atenção para o gráfico do Dollar Index (DXY), índice que compara o dólar a uma cesta de moedas fortes, dos últimos 10 anos. 

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Segundo ele, o DXY está perto de romper um importante suporte e, caso isso se concretize -- o que pode ocorrer já na próxima segunda-feira, 30 --, poderemos ver um dólar ainda mais fraco perante outras moedas do mundo, o que, em sua visão, é essencial para um ciclo favorável para mercados emergentes.

O rompimento se daria com o índice DXY operando abaixo de 92 dólares na segunda-feira. 

Teoricamente, o Dollar Index já rompeu esse suporte na última sexta-feira, fechando cotado em 91,79 dólares. No entanto, por conta da baixa liquidez no último pregão, quando as bolsas americanas encerraram as negociações mais cedo devido à Black Friday, ele aponta que a confirmação de fato virá na segunda. “Segunda-feira isso vai ser a primeira coisa que vou olhar”, comenta. 

(Reprodução/Bloomberg)

Um dólar mais fraco está altamente correlacionado com ganhos dos mercados emergentes. "Com um dólar enfraquecido, o mundo começa a tomar mais risco. Globalmente, o fluxo começa a ir para mercados emergentes", diz. A moeda americana em patamar mais baixo também ajuda as economias de mercados emergentes que tomam suas dívidas, em sua maioria, denominadas em dólares. 

De acordo com ele, a questão não é nem saber até que ponto pode ir a queda do dólar. "Moeda é o famoso cemitério de malandro, ninguém sabe. O meu ponto é que um ciclo favorável para emergentes passa essencialmente por um dólar mais fraco. Se você olhar para o gráfico dos últimos 10 anos ou 20 anos do dólar, todos eles contam perfeitamente a história da Bolsa no Brasil". 

Na visão dele, o Brasil pode aproveitar muito esse ciclo favorável para emergentes, citando que tem ainda uma questão de reversão à média. "A Bolsa brasileira foi uma das piores do mundo em dólares neste ano. Podemos ver uma volta mais forte do fluxo estrangeiro". 

Enquanto o ETF de emergentes EEM já mais do que se recuperou do tombo de março, acumulando no ano uma alta de 11,5%, o Ibovespa ainda recua 4,4% em 2020.

Olhando para o DXY, desde o pico de março, o índice registra queda de 10,7%. No ano, a desvalorização é de 4,8%.

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