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Sapore estuda novos negócios no varejo em 2015

Após parceria da rede de restaurantes com a Raízen, do Grupo Cosan, a Sapore estuda novos negócios no setor, mesmo com a desaceleração do varejo em 2014


	Restaurante: Sapore serve mais de 1 milhão de refeições por dia em mais de 1.100 restaurantes no Brasil, México e Colômbia
 (MorgueFile)

Restaurante: Sapore serve mais de 1 milhão de refeições por dia em mais de 1.100 restaurantes no Brasil, México e Colômbia (MorgueFile)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 20h09.

São Paulo - Apesar da desaceleração do varejo em 2014 e de um horizonte que se desenha sem brilho para 2015, a rede de restaurantes corporativos Sapore estuda novos negócios no setor após ter acertado neste ano parceria com a Raízen, do Grupo Cosan, para a criação de uma rede de restaurantes em postos de combustível em rodovias.

Em entrevista à Reuters, o presidente da companhia, Daniel Mendez, afirmou que analisa opções para ofertar os serviços de infraestrutura alimentar da Sapore a redes de restaurantes para o público em geral, o que pode culminar inclusive na criação de uma bandeira nova, em que a Sapore tenha participação direta.

No fim dos anos de 1990, a companhia, que compete com as multinacionais Sodexo e GRSA no mercado de refeições coletivas, começou a assentar suas operações sobre um esquema de montagem industrial, com soluções como molhos prontos e peças de carnes já cortadas.

No auge da crise financeira de 2008, o modelo foi algoz: os clientes cortaram custos e as concorrentes que os atendiam também, aproveitando a queda no preço dos alimentos.

A Sapore, que dependia dos alimentos processados, teve menos margem de manobra, amargando expressiva queda de vendas e uma pesada reestruturação para se manter de pé. .

Arrumada a casa, em um processo que incluiu unificação de compras e cancelamento de contratos que davam prejuízo, a Sapore quer agora diversificar sua fonte de receitas, após ter fechado o último ano com faturamento de 1,4 bilhão de reais ante 1,2 bilhão em 2012.

"Toda essa expertise que a gente fez para o nosso negócio, quando a gente olha para o mercado, não vemos soluções assim para o varejo", disse Mendez.

"Tanto é que muitas redes quando vieram para o Brasil nos procuraram para assumirmos a infraestrutura delas", disse o executivo citando o caso da cadeia norte-americana de fast food Wendy's.

A Sapore serve mais de 1 milhão de refeições por dia em mais de 1.100 restaurantes no Brasil, México e Colômbia, incluindo pontos instalados em fábricas de empresas como Fiat e Motorola.

"Nossa infraestrutura é muito interessante para um restaurante de alto padrão (voltado para o público em geral), por exemplo. A gente pode ganhar dinheiro fazendo outros ganharem dinheiro", acrescentou o executivo uruguaio, que chegou a trabalhar como garçom em um pequeno restaurante brasileiro do pai antes de fundar a Sapore em 1992.

Nas rodovias

A parceria com a Raízen, licenciada da marca Shell no país, foi firmada nesse âmbito, com a criação de uma joint venture anunciada em abril para a criação da rede Bem Aqui, voltada para alimentação e conveniência em postos de rodovias.

A primeira loja da rede, que competirá com a rede Graal e com a bandeira Frango Assado, da IMC, deverá ser inaugurada em São Paulo no primeiro trimestre do ano que vem, ante expectativa inicial de abertura até o fim deste ano. De acordo com Mendez, os ajustes sinalizados pelo governo federal para a economia e a desaceleração das vendas do varejo neste ano não mudaram os planos da joint venture, na qual a Raízen tem 60 por cento e a Sapore os 40 por cento restantes. A expectativa é abertura de 100 lojas nos cinco primeiros anos de operação da parceria.

Para o ano que vem, contudo, a expectativa é de apenas cinco lojas sejam inaguradas no eixo Rio de Janeiro-São Paulo. "Evidentemente será uma coisa cautelosa ... mas a gente não parou o plano", disse o executivo.

Questionado sobre eventual abertura de capital na bolsa da Sapore, Mendez disse que uma listagem está no radar da companhia, mas mais para o médio prazo. "Hoje em dia não é favorável. Está no nosso radar para estarmos preparados como empresa quando for o momento, mas não estamos dependendo disso", afirmou.

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