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Santander eleva receio de ‘fragmentação’ com busca por recursos

Banco vai vender uma fatia de 7,8% de sua unidade chilena. A transação é avaliada em US$ 1,02 bilhão

O Santander tenta sanar uma falta de capital da ordem de US$ 7,1 bilhões identificada pelas autoridades reguladoras do sistema bancário europeu (Antonio Milena/EXAME)

O Santander tenta sanar uma falta de capital da ordem de US$ 7,1 bilhões identificada pelas autoridades reguladoras do sistema bancário europeu (Antonio Milena/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2011 às 12h49.

Madri - Os esforços do Banco Santander SA para levantar capital, reforçados pelo anúncio da venda de US$ 3 bilhões em ativos em um mês, aumentaram o receio de “fragmentação” da instituição entre investidores.

O Santander vai vender uma fatia de 7,8 por cento de sua unidade chilena, o maior banco do país em ativos, reduzindo sua participação para 67 por cento, disse a subsidiária com sede em Santiago em comunicado em seu website no dia 21 de novembro. A transação é avaliada em US$ 1,02 bilhão ao preço de fechamento de ontem dos American Depositary Receipts da unidade chilena.

Além da operação no Chile, o banco espanhol, o maior da zona do euro em valor de mercado, disse que venderá participações no Santander Brasil e da unidade de crédito automotivo nos Estados Unidos. A instituição tenta sanar uma falta de capital da ordem de 5,22 bilhões de euros (US$ 7,1 bilhões) identificada pelas autoridades reguladoras do sistema bancário europeu. A estratégia do presidente do conselho, Emilio Botin, de levantar recursos através da venda de participações em suas unidades tem deixado alguns investidores inseguros. Para eles, o banco está abrindo mão de lucros no futuro com essas operações.

“É novamente efeito de sua fragmentação -- qualquer coisa para levantar capital”, disse Andrea Williams, que ajuda a administrar cerca de US$ 1 bilhão, incluindo ações do Santander, como chefe de renda variável da Royal London Asset Management. “Eles podem argumentar que estão fazendo isso por questões de fluxo de caixa, mas isso é mais e mais fragmentação.”

Em 27 de outubro, o Santander disse que resolveria o problema de captação sem precisar vender ações ou cortar dividendos. O banco disse que vai trabalhar para atingir taxa de 10 por cento para exigência de capital, acima dos 9 por cento mínimos exigidos pelos reguladores europeus.

Coelho na cartola

A recente venda de participação é “outra cartola, outro coelho”, disse Neil Smith, analista do WestLB AG em Dusseldorf, Alemanha, que tem recomendação “neutra” para o Santander. “Isso contribui para conter a queda de capital, mas não acontece sem custo, na forma de abrir mão ainda mais do lucro futuro em potencial.”

Um porta-voz do Santander, que pediu para não ser identificado em obediência às regras do banco, não quis comentar para esta reportagem.


O Santander caía 0,5 por cento, para 5,35 euros, às 11:18 na bolsa de Madri, indicando valor de mercado de 45,8 bilhões de euros para a instituição. A ação acumula uma perda de 32 por cento neste ano.

Alguns analistas aplaudiram a estratégia do Santander de acumular capital por meio da venda de participações porque isso pode ajudar a evitar uma venda de ações, que diluiria os acionistas.

Promessas de reunião

A venda da participação no banco do Chile deve gerar ganho de 316 milhões de euros, acrescentando até 8 pontos-base à taxa de exigência de capital do Santander, que estava em 8,12 por cento, segundo as regras da autoridade europeia, disse Alexander Pelteshki, analista do ING Groep NV. Um ponto-base equivale a 0,01 ponto percentual.

“A transação no Chile ajudará a fortalecer o capital e vemos isso como positivo”, disse Pelteshki por telefone. “Queremos ver a administração cumprindo suas promessas.”

Em 21 de outubro, o Santander anunciou a venda de uma participação de 35 por cento em seu negócio de crédito automotivo nos EUA, por US$ 1,15 bilhão.

Em 17 de novembro, o Santander disse que poderia vender ações em sua unidade brasileira, elevando a fatia dos minoritários de 17,6 por cento para cerca de 26 por cento.

A venda de ações do Santander Brasil, que acumula perda de cerca de 40 por cento neste ano, levou Regina Longo Sanchez, analista do Itaú Unibanco Holding SA em São Paulo, a escrever em relatório que “esse evento confirma nossa opinião que os investidores no Santander Brasil estão sujeitos a certos riscos relacionados aos controladores da unidade”.

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