BM&FBovespa: cenário econômico brasileiro é muito desafiador para o Brasil no curto prazo, segundo economista-chefe do banco (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2013 às 15h50.
São Paulo – O Santander derrubou em 27% sua meta para o Ibovespa para o final ano, de 71.000 pontos para 52.000 pontos. “Acreditamos que dá para ganhar dinheiro na bolsa, mas tem que ser seletivo”, disse Daniel Gewehr, estrategista-chefe da Santander Corretora, em encontro com jornalistas.
Para Gewehr, para ficar mais otimista com a bolsa, seria necessário ver o crescimento de 2% da economia brasileira (projeção do banco) ir para 3,5% ou 4% - nesse caso a bolsa poderia ir acima de 60.000 pontos, segundo o estrategista-chefe.
A meta de 52.000 pontos representa um retorno moderado de 9% em relação aos níveis recentes. O Santander estima que o mercado esteja precificando um crescimento real dos lucros de 1% - considerando a inflação em longo prazo de 5%. O número está abaixo da média em seis anos de um crescimento implícito de 7,4%, segundo o Santander.
O banco acredita que a maior parte da visibilidade a respeito do crescimento no médio prazo parece estar precificada. “Para que adotemos uma atitude mais positiva no mercado, o crescimento implícito deve ir a um desvio padrão, abaixo de 5,4%”, afirma relatório assinado por Gewehr e João Noronha.
De acordo com o Santander, a aceleração do crescimento econômico está levando mais tempo para acontecer. “As evidências passadas mostram que as estimativas de lucros ficaram defasadas em relação à valorização do mercado, resultado em múltiplos mais elevados, pelo menos por algum tempo”, afirma o relatório.
O cenário econômico brasileiro é muito desafiador para o Brasil no curto prazo, segundo o economista-chefe do Santander, Maurício Molan, para quem o curto prazo ainda será caracterizado por um período de ajuste. O Santander projeta que a economia brasileira irá crescer cerca de 2% em 2013 e 2014.
Considerando o cenário macroeconômico, o Santander procura apostas seculares (áreas de crédito imobiliário e distribuição de combustíveis, como Eztec, Even, Ultrapar e Cosan); ações que seriam beneficiadas por uma valorização do dólar no longo prazo, como Vale, Braskem, Magnesita e Gerdau; ações com menor correlação ao crescimento do PIB no curto prazo, como Kroton, Cetip e Hypermarcas; ações de qualidade/premium que tiveram reação exagerada, como Localiza, Bradesco, e BR Properties e apostas em dividendos, como AES Tietê.