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1/8 (EXAME.com)
São Paulo – A temporada dos resultados do terceiro trimestre do ano pode trazer um fôlego para as ações de algumas empresas ainda neste ano, aponta relatório publicado pelo Santander. Os analistas Leonardo Milane Marcelo Audi estimam, por exemplo, que as empresas que possuem dívida significativa denominada em moeda estrangeira devem ser beneficiadas pela recente valorização do real. “Porém, o impacto líquido sobre o crescimento ano a ano do lucro por ação será negativo para elas, pois enfrentarão difíceis comparações, já que a valorização do real no terceiro trimestre de 2009 foi maior que a observada no terceiro trimestre de 2010 (9,8% ante 6,2%, respectivamente), provavelmente causando um ganho cambial mais forte nos resultados do ano passado”, destacam os analistas. Confira nas páginas seguintes as empresas que, nas projeções do banco, devem proporcionar impactos positivos e negativos ao acionista.
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2. Uma Cyrela bem melhor no terceiro trimestre
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2/8 (EXAME.com)
No caso da incorporadora e construtora é esperado um movimento de recuperação das margens, tendo em vista os “resultados inexpressivos” do segundo trimestre. “A lucratividade consolidada deve melhorar, uma vez que as pressões de custos do segundo trimestre foram não recorrentes, em sua maioria. Nesse sentido, acreditamos que os resultados podem representar um catalisador positivo para o desempenho as ações”, avisa o relatório. Além disso, o Santander acredita na aceleração dos lançamentos no trimestre, apesar do grande número de projetos a serem lançados apenas no último quarto do ano. Os analistas afirmam ainda que, com vendas robustas e um ritmo sustentável de construção, a receita também deve melhorar. O preço-alvo para as ações ordinárias da Cyrela foi fixado em 31 reais, com recomendação de compra. A empresa divulga seus números referentes ao terceiro trimestre no dia 11 de novembro, após o fechamento do mercado.
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3. Mais e mais cerveja
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3/8 (JUCA VARELLA)
A expectativa de bons resultados da AmBev (AMBV4) para o terceiro trimestre é justificada pelo Santander, principalmente, pelos números sólidos registrados na divisão de cerveja Brasil. “Esperamos que o mercado doméstico mantenha sua dinâmica saudável, especialmente em cerveja, pois estimamos um crescimento anual de 11% no volume, um número animador considerando a alta base de comparação do terceiro trimestre de 2009”. O relatório observa ainda que a maior parte desse crescimento esperado está associada a um ganho de participação de mercado no norte e nordeste do Brasil, já que a empresa está expandindo suas operações. “Desta forma, as margens devem continuar enfrentando alguma pressão das despesas de vendas gerais e administrativas. Adicionalmente, a divisão de refrigerantes também deve continuar crescendo, apesar de esperarmos uma desaceleração para 5% no primeiro semestre, ante o crescimento de 9% registrado no mesmo período do ano passado”, projeta o banco. O Santander tem recomendação de manutenção para os papéis preferenciais, com preço-alvo em 244 reais. A divulgação dos resultados acontece no dia 3 de novembro.
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4. Marcopolo no caminho do crescimento
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4/8 (Mirian Fichtner/EXAME.com)
A expectativa de crescimento de 44% na receita líquida da Marcopolo (POMO4) no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, é um dos fatores que justificam a recomendação de compra pelo Santander. Por outro lado, é esperada uma menor participação da receita de ônibus rodoviários, que foi impulsionada no primeiro semestre devido à Copa do Mundo e por pedidos feitos pela Guatemala; sendo estes fatores que explicariam uma queda na margem Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). “Caso nossa estimativa de 52 milhões de reais estiver correta, o lucro líquido deve totalizar 200 milhões de reais nos nove primeiros meses de 2010. Acreditamos que isso deve promover uma rodada de revisões de lucros no mercado, considerando que o quarto trimestre é tipicamente o mais forte do ano, sustentando um momento positivo para as ações da Marcopolo daqui para frente. Recentemente aumentamos nossa estimativa de lucro líquido para 2010, passando de 209 milhões de reais para 283 milhões de reais”, justificam os analistas Leonardo Milane Marcelo Audi. O preço-alvo para as ações preferenciais da Marcopolo foi fixado em 7,50 reais. A companhia publica seus números do terceiro trimestre dia 8 de novembro.
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5. Vale está caminhando para o melhor trimestre de sua história
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5/8 (Divulgação/EXAME.com)
A alta no preço do minério de ferro alimenta a expectativa do Santander no que diz respeito aos números a serem divulgados pela Vale (VALE5). “Após ser negativamente impactada por problemas logísticos e atrasos nos embarques no trimestre anterior, esperamos que a Vale registre a série mais forte de resultados trimestrais de sua história”, projeta o relatório. Tendo como base a comparação o segundo trimestre, a perspectiva do banco é de um aumento de 31% em receitas, 47% no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e 52% no lucro líquido. “Esperamos que a ação reaja positivamente aos resultados, uma vez que os fortes fundamentos devam continuar a se destacar”. Leonardo Milane Marcelo Audi afirma ainda que a Vale está passando por um período de fluxo positivo de notícias, que começou com o pagamento de dividendos extraordinários e com a recompra de ações, e que deve ser impulsionado pelos números a serem divulgados e pelo o anúncio do novo plano de investimentos da empresa (marcado para 18 de outubro), que pode ultrapassar US$20 bilhões. O banco reitera sua recomendação de compra para as ações da mineradora, com preço-alvo de 74 reais. A Vale divulgará seus resultados operacionais no dia 27 de outubro.
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6. Hering? Compre!
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6/8 (Bia Parreiro/EXAME.com)
Com recomendação compra e preço-alvo de 78 reais atribuídos pelo Santander, a Hering já possui mais de 300 lojas Hering (HGTX3) e faz o banco acreditar que a empresa esteja a caminho de atingir a meta de 325 unidades no final de 2010.
Para o terceiro trimestre, a projeção do Santander é de que a margem bruta da companhia fique perto da estabilidade na comparação anual. Já para o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), os analistas esperam por uma continuidade da expansão, embora a um ritmo inferior ao verificado no primeiro semestre do ano, em virtude da alavancagem operacional. “O resultado financeiro líquido deve cair devido ao pagamento de dividendos adicionais e a maiores investimentos para financiar o forte crescimento da empresa”, completam Leonardo Milane Marcelo Audi.
O Santander tem recomendação de compra para as ações ordinárias da Hering, com preço-alvo de 78 reais. A Hering divulga seus resultados no dia 28 de outubro.
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7. Marfrig: um resultado indigesto
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7/8 (EXAME.com/Site Exame)
Primeiramente o Santander ressalta que comparações ano a ano não são aplicáveis aos resultados do Marfrig (MRFG3) no terceiro trimestre, já que a empresa consolidou a Seara nos primeiros três meses do ano. “Esperamos uma reação negativa do mercado aos resultados, pois a melhoria na Seara deve ser muito marginal, despertando preocupações a respeito de quanto tempo vai levar para impulsionar essa marca no mercado doméstico e os gargalos a ela associados”, observa o relatório. Em paralelo, são esperadas margens melhores na divisão de aves devido ao fato de a empresa ter migrado exportações de aves para vendas domésticas de alimentos processados. “Porém, isso deve ser compensado por menores margens de carne bovina na Argentina, onde a empresa enfrenta restrições à exportação, e no Uruguai, devido a preços mais altos do gado.” Apesar das restrições nas perspectivas operacionais da companhia, o Santander mantém a recomendação de compra para as ações ordinárias do Marfrig, com preço-alvo de 25 reais. A divulgação dos resultados do terceiro trimestre está programada para o dia 16 de novembro.
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8. Rossi deve decepcionar
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8/8 (Germano Luders/EXAME.com)
Decepção! O HSBC projeta que os resultados da Rossi (RSID3) no terceiro trimestre não vão agradar o mercado. “As margens podem retornar a um nível mais normalizado após um 2T10 muito forte, no qual os resultado foram impulsionados por receitas que, em nossa opinião, não são recorrentes. Sendo assim, esperamos que o comunicado seja um catalisador negativo para o desempenho da ação”, avaliam os analistas Leonardo Milane Marcelo Audi. Eles projetam ainda que Rossi aumente sua exposição ao segmento de baixa renda, o que pode ter um impacto negativo adicional sobre suas margens consolidadas, segundo o banco. “Entretanto, o ciclo de caixa mais curto deve compensar o impacto negativo sobre as margens, levando a uma maior lucratividade consolidada, avaliam”. Mesmo assim, o HSBC mantém a recomendação de compra para as ações ordinárias da Rossi, com preço-alvo de 18 reais. Os resultados da companhia serão divulgados no dia 11 de novembro.