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Sanção a petróleo russo e menor estoque pesam mais em preço do que guerra, diz StoneX

Estados Unidos aplicaram pela primeira vez sanção a navio russo com petróleo acima de US$ 60

Extração de petróleo (Olga Rolenko/Getty Images)

Extração de petróleo (Olga Rolenko/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 14h14.

Última atualização em 14 de outubro de 2023 às 14h14.

A situação de guerra entre Israel e o Hamas segue indefinida e não é atualmente o principal fator de preocupação do mercado de petróleo, avalia o analista de Inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX, Bruno Cordeiro. A alta da commodity, explica se deve a outros fatores como a primeira sanção dos Estados Unidos ao petróleo russo e à revisão para cima de uma possível queda de estoques no quarto trimestre.

"Pela primeira vez, os Estados Unidos aplicaram sanção a um navio tanque russo com petróleo acima de US$ 60 o barril, e isso traz muita preocupação porque a Rússia é um grande player global por ser principal fornecedor de petróleo para a China e a Índia" diz Cordeiro. "Há impactos na produção e na exportação russa, conforme os Estados Unidos e o G7 se mobilizam para aplicar essas sanções", ressalta.

Bruno Cordeiro lembra que a Rússia é a segunda maior produtora mundial de petróleo e também tem relevância por ser grande exportadora.

Opep

O analista destaca que a própria Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para cima a queda dos estoques globais de petróleo no último trimestre de 2023.

"No relatório mensal da Opep, eles revisaram para cima a perspectivas de queda de estoques para o quarto trimestre do ano uma redução próxima a 3 milhões de barris dos estoques globais de petróleo, e isso traz um receio porque evidencia que a própria Opep espera um mercado deficitário para o quarto trimestre do ano", explica.

Guerra

Por não se tratar de uma guerra envolvendo países relevantes para o mercado de petróleo, o preço da commodity tem resistido a ultrapassar a barreira de US$ 90, que já havia atingido em outubro, mas analistas ouvidos pelo Broadcast no início do conflito avaliaram que o preço deve escalonar gradualmente se a guerra se prolongar. Os derivados, até o momento, não foram afetados pela alta de preços da commodity.

Para o sócio e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires, a commodity pode chegar a US$ 100, como ocorreu no início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022, patamar que pode gerar mais um aumento no preço dos derivados pela Petrobras no médio prazo.

Desde que assumiu em janeiro deste ano, a nova gestão da Petrobras fez apenas um aumento, em 16 de agosto, de 16,2% para a gasolina e de 25,8% para o diesel. A estatal informou que segue observando o mercado e avalia se será necessário fazer mais algum ajuste até o final do ano.

No fechamento de quinta-feira, 12, a gasolina nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,11 acima da paridade com o mercado internacional e o diesel estava R$ 0,51 mais barato na mesma comparação. Se levadas em conta as refinarias privadas, a gasolina mantém a mesma diferença com o mercado externo e a defasagem do diesel cai para R$ 0,44 por barril.

Na Refinaria de Mataripe, na Bahia, única refinaria privada relevante do País - capacidade para refino de mais de 300 mil barris/dia -, a defasagem negativa do diesel é de 2%, e a da gasolina era positiva em 5% de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). A unidade, controlada pela Acelen, do fundo de investimentos árabe Mubadala faz reajustes semanais dos seus produtos, buscando a paridade de importação (PPI).

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