Smartphone Galaxy S6, da Samsung (Divulgação / Samsung)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 21h35.
Uma demanda morna pelos novos smartphones Galaxy da Samsung Electronics Co. desencadeou o quinto declínio mensal consecutivo para a fabricante de produtos eletrônicos, eliminando cerca de US$ 44 bilhões de seu valor de mercado desde abril.
As ações da maior provedora de smartphones do mundo caíram 8,1 por cento neste mês, prolongando sua maior sequência de perdas desde dezembro de 1983.
A Samsung perdeu quase US$ 12 bilhões em valor só em agosto, pois a empresa sul-coreana cedeu participação no mercado à Apple Inc. e a concorrentes chineses.
A decisão da Samsung de passar a perna na Apple e adiantar o lançamento dos novos smartphones Galaxy não conseguiu dissipar o pessimismo em relação a seus lucros no segundo semestre.
Prevê-se que a Apple revelará um novo iPhone no dia 9 de setembro e que ele seja lançado a tempo para a fundamental temporada de compras do final do ano.
“Todos nós sabemos que a divisão de smartphones da companhia não está se saindo bem”, disse Lee Seung Woo, analista da IBK Securities Co. em Seul. “Não saberia precisar quando as ações vão parar de cair. Parece que as variáveis fundamentais estão problemáticas”.
As ações têm sido o maior peso para o índice Kospi, de 758 membros, nos últimos seis meses e levaram a referência para uma baixa de 2,2 por cento no período. As ações encerraram a sexta-feira em 1.089.000 won.
A queda no valor de mercado é quase equivalente ao valor da General Motors Co.
Interpretação incorreta
Os lucros da Samsung caíram em cinco trimestres consecutivos, e estima-se que a renda líquida do terceiro trimestre seja de 5,33 trilhões de won (US$ 4,5 bilhões), frente a 5,63 trilhões de won nos três meses terminados em junho, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A participação da Samsung no mercado mundial de smartphones caiu mais de 3 pontos porcentuais no segundo trimestre, e a empresa já não é mais a maior vendedora na China, o maior mercado de celulares do mundo.
A companhia está sendo enfraquecida no segmento de alta gama pelos modelos de iPhone de maior tamanho da Apple e nas faixas média e baixa do mercado pelos dispositivos da Xiaomi Corp., da Lenovo Group Ltd. e da Huawei Technologies Co.
A Samsung interpretou incorretamente a demanda pelos modelos S6 lançados em abril e não produziu suficientes telas de três lados para o modelo Edge, ao passo que a versão regular teve dificuldades contra o iPhone.
Um dos seus últimos modelos, o Galaxy Note 5, foi criticado por clientes e críticos neste mês porque a empresa admitiu que o dispositivo pode quebrar se sua caneta gráfica for inserida de cabeça para baixo na ranhura de armazenamento.
“A venda de ações por estrangeiros está aumentando a pressão sobre elas, que agora parecem atraentes em termos de valor”, disse Greg Roh, analista da HMC Investment Securities Co. em Seul.
“A divisão de smartphones parará de piorar a partir de agora, mas qualquer recuperação parece bastante improvável”.