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Saída da Argentina pode ajudar ação da ALL, dizem analistas

Mercado calcula um impacto positivo no preço-alvo estimado para as ações


	Queda na produção agrícola tornou instável as operações no país
 (REUTERS/Enrique Marcarian)

Queda na produção agrícola tornou instável as operações no país (REUTERS/Enrique Marcarian)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 16h05.

São Paulo – A possível saída da ALL (ALLL3) da Argentina pode resultar em um impacto positivo sobre a avaliação das ações da empresa de logística. Na terça-feira, o ministro do Interior e Transportes da Argentina, Florencio Randazzo, afirmou que as concessões ferroviárias foram retomadas, porque a empresa não teria cumprido com suas obrigações contratuais, como os investimentos programados. 

A empresa tem duas concessões no país, totalizando 8.394 quilômetros em linhas, e estava a procura de um investidor local para vendê-las justamente por conta “do atual cenário político e econômico da Argentina", conforme disse em um comunicado.

A ALL informou que não foi oficialmente comunicada, mas que a Argentina não representa mais uma fonte importante de resultados (6,5% da receita em 2012). Na verdade, as operações por lá têm um efeito negativo sobre o balanço porque não era lucrativa (Ebitda negativo) e a menos produtiva da companhia. Além disso, com a desistência, a empresa poupará ainda mais investimentos nas duas concessões.

Efeito positivo

“A perda da concessão sem desembolso de caixa pela ALL tem impacto positivo no valuation da empresa, o que poderia aumentar o preço justo em 3,1%”, calcula a analista do Itaú BBA, Giovana Araújo, em relatório. A recomendação da analista às ações é de desempenho em linha com a média do mercado (market perform) e um preço justo de 12,90 reais.

Os analistas Alexandre Falcao, Alexandre Amson e Ravi Jain, do HSBC, avaliam que o preço-alvo atual do banco para a ALL, de 10,50 reais, considera um valor de destruição de 375 milhões de reais aproximadamente das argentinas, assumindo um consumo de caixa de cerca de 60 milhões de reais por ano. “Se excluirmos esse valor negativo de nosso preço alvo, o possível impacto positivo poderia ficar em torno de R$0,55 por ação”, calculam. A recomendação do HSBC é de alocação abaixo da média do mercado (underweight).

Disputa

O efeito da saída da Argentina só pode se tornar negativo caso o governo do país queira reivindicar os reembolsos relacionados às obrigações da concessão. As tarifas não pagas, segundo a Bloomberg, seriam de 44 milhões de dólares. Além disso, a ALL só teria executado 9,75% do seu plano de investimento de 349 milhões de dólares.

“Caso o governo decida reivindicar esses montantes, pode haver uma demorada disputa judicial. Apesar de não esperarmos nenhuma consequência imediata, acreditamos que quaisquer possíveis passivos poderiam neutralizar amplamente o impacto positivo que estimamos”, ponderam os analistas do HSBC.

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