A agência Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota para a dívida dos Estados Unidos, passando de "AAA" para "AA+" (AFP/Stan Honda)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 19h23.
São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) divulgou num comunicado que colocou em revisão para potencial rebaixamento os ratings de 15 países da zona do euro e que manteve sob revisão negativa a nota do Chipre, afirmando que a tensão sistêmica no bloco monetário aumentaram nas últimas semanas e agora ameaçam o crédito da região como um todo.
A S&P também informou que não colocou em revisão para rebaixamento o rating da Grécia - o único país da zona do euro cuja nota, atualmente em "CC", encontra-se na região dos investimentos especulativos.
A agência disse que as tensões sistêmicas na zona do euro decorrem de cinco fatores interligados - as condições apertadas de crédito, os prêmios de risco elevados registrados em dívidas soberanas europeias (algumas delas com a nota máxima, triplo A), a falta de acordo entre as autoridades da região sobre como conter a crise e garantir integração fiscal e econômica, os níveis elevados de endividamento de governos e famílias e o risco crescente de uma recessão na zona do euro em 2012.
"No momento, prevemos que a produção encolherá no ano que vem em países como Espanha, Portugal e Grécia, mas atribuímos uma probabilidade de 40% de declínio na produção da zona do euro como um todo", acrescentou a S&P.
A revisão das notas deve ser concluída o mais rápido possível depois da reunião de cúpula da União Europeia nos dias 8 e 9 de dezembro, afirma a agência, acrescentando que "os ratings podem ser rebaixados em até um grau nos casos de Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Holanda e Luxemburgo e até dois graus no caso dos demais governos".
Os países serão rebaixados caso a S&P encontre problemas políticos que pareçam estar limitando a eficácia dos esforços para conter a crise. Também serão analisadas as condições de empréstimo para os governos e os bancos da zona do euro, além dos mecanismos do BCE para abordar as tensões econômicas e políticas trazidas pela crise.