Ryanair disse que os cancelamentos objetivam "melhorar a sua pontualidade em todo o sistema" (Albert Gea/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 11h10.
Dublin - As ações da Ryanair caíram na segunda-feira, depois que a companhia aérea irlandesa de baixo custo atrapalhou os planos de centenas de milhares de viajantes ao cancelar voos para enfrentar a falta de pilotos e melhorar seu registro de pontualidade.
A Ryanair culpou uma série de fatores pelos cancelamentos súbitos, inclusive um acumulo de licenças de funcionários.
A maior companhia aérea da Europa em números de passageiros também disse que greves de controladores de tráfego aéreo e problemas climáticos estavam afetando seu desempenho.
A rival Norwegian Air disse nesta segunda-feira que recrutou mais de 140 pilotos da Ryanair este ano, aumentando a escassez de pessoal.
"É claramente uma bagunça, mas no contexto de uma operação em que operamos mais de 2.500 voos todos os dias, é razoavelmente pequeno, mas isso não tira o inconveniente que causamos às pessoas", disse o presidente-executivo da Ryanair, Michael O Leary à Sky News.
Ele disse que os problemas não resultam da saída de pilotos, mas "porque estamos dando aos pilotos muitas férias nos próximos quatro meses". Todo passageiro que tenha direito a uma compensação o receberá na íntegra, acrescentou.
Em uma tentativa de interromper a queda nos dados de performance, a Ryanair adotou a medida incomum de anunciar planos para cancelar entre 40 e 50 voos por dia até o fim de outubro.
A Ryanair disse que os cancelamentos objetivam "melhorar a sua pontualidade em todo o sistema, que ficou abaixo de 80 por cento nas duas primeiras semanas de setembro".
Os analistas da Goodbody Stockbricks, com sede em Dublin, estimam que os cancelamentos custarão à companhia aérea cerca de 34,5 milhões de euros (41,2 milhões de dólares)-incluindo 23,5 milhões de euros em compensações, 6,3 milhões de euros em perda de tarifas e 4,7 milhões de euros com refeições, bebidas e acomodação.
A Goodbody disse as medidas devem reduzir em 2,3 por cento a previsão para o lucro do ano inteiro de 1,479 bilhão de euros após impostos.
Em julho, a Ryanair reiterou sua previsão de 1,4 bilhão a1,45 bilhão de euros para o exercício encerrado em 31 de março de 2018.