Telegram: fontes do FT afirmam que listagem deverá ser feita nos EUA (Lam Yik/Bloomberg/Getty Images)
Repórter
Publicado em 11 de março de 2024 às 11h02.
Última atualização em 11 de março de 2024 às 12h08.
O debate sobre uma possível oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) do Telegram foi trazido à tona por Pavel Durov, um dos fundadores da plataforma, em entrevista ao Financial Times.
Durov afirmou que "potenciais investidores" avaliaram a companhia em US$ 30 bilhões. Entre eles, estariam "fundos globais de empresas de tecnologia em estágio avançado". A entrevista foi a primeira do empresário russo desde 2017.
Um eventual IPO do Telegram vem sendo sondado, pelo menos, desde 2021, mas sem nenhuma menção direta de seus fundadores, Pavel e seu irmão Nikolai Durov. A listagem, segundo fontes do FT, deverá ser feita nos Estados Unidos.
Durov, que detém todo o capital da empresa, diz que a listagem seria um caminho viável para crescer mantendo-se independente. Uma eventual venda da rede social, afirmou, está fora de cogitação.
O Telegram levantou US$ 2 bilhões por meio de emissão de dívida. O jornal pontua que os detentores da dívida poderão convertê-las em ações com direito a um desconto de 10% a 20% do preço do IPO, se realizado até o fim de março de 2026. Durov não descarta reservar parte da oferta para usuários fiéis da plataforma.
A plataforma atingiu 900 milhões de usuários mensais ativos, 80% acima do registrado em 2019 e, pelas contas da empresa, deverá se tornar rentável entre este e o próximo ano. A estratégia é baseada em anúncios concentrados em determinadas regiões. Para este ano, o plano é tornar global esse serviço
Com apenas 50 funcionários em tempo integral, a companhia se popularizou nos últimos anos como uma ferramenta potencialmente segura por oferecer criptografia de ponta a ponta. O custo por usuário mensal ativo, segundo o cofundador, é de menos de US$ 0,70 por mês.
A VK, holding dona do Telegram, e também fundada pelos irmãos, é baseada hoje em Dubai. A decisão de sair da Rússia, de acordo com Durov, foi tomada após agentes de segurança russo terem pedido informações de cidadãos ucranianos, há cerca de dez anos.