RUMO: a ANTT prorrogou por mais 30 anos o contrato da concessão da Malha Paulista, que expiraria em 2028 / Divulgação (Divulgação/Divulgação)
Paula Barra
Publicado em 6 de outubro de 2021 às 16h44.
Última atualização em 6 de outubro de 2021 às 18h31.
As ações da Rumo (RAIL3) dispararam 7,24% nesta quarta-feira, dia 6, liderando os ganhos do Ibovespa, em meio ao otimismo do mercado com a expansão da malha ferroviária da empresa no Mato Grosso.
O movimento ocorre após a companhia ter realizado, ontem, uma apresentação com analistas do mercado para dar mais detalhes sobre o projeto ferroviário de Lucas do Rio Verde, formalizado recentemente com o governo do estado.
Em relatório, os analistas Lucas Marquiori, Fernando Recchia e Aline Gil, do BTG Pactual, comentam que o projeto é transformacional para a empresa, uma vez que aumenta significativamente a área de influência da companhia em uma região de alto crescimento. Ao mesmo tempo, melhora sua competitividade.
Na avaliação preliminar, eles acreditam que o projeto traz um valor presente líquido (VPL) adicional de 8 bilhões a 9 bilhões de reais, ou representando 4 a 5 reais por ação.
Eles, no entanto, apontam que não incluíram ainda o número em seu preço-alvo, pois acreditam que o mercado vai precificar a extensão da malha gradativamente, de acordo com a diminuição de sua curva de risco. O papel se valoriza em cerca de 1,23 real hoje, em relação ao fechamento da véspera.
Ainda assim, os analistas reforçam que o projeto é um marco importante para a empresa e reforça que a tese de investimento em Rumo, que, para eles, continua sendo "uma história de volume em constante crescimento". O preço-alvo do BTG para a ação é de 27,00 reais, o que implica em um potencial de valorização de 48% frente ao patamar atual.
Na visão dos analistas Regis Cardoso, Henrique Simões e Alejandro Zamacona, do Credit Suisse, os papéis da Rumo estão em um "bom ponto de entrada", sinalizando um potencial de ganhos de 43% do seu preço-alvo, em 26 reais. No modelo deles, o projeto pode representar 4,80 reais por ação, com possíveis revisões para cima.
Eles ressaltam que a apresentação da empresa ontem trouxe como grande novidade o prazo do projeto.
Segundo a companhia, a extensão pode entrar em operação já em 2025 em um novo terminal a cerca de 200 km de Rondonópolis, o pode representar 52% do volume total estimado para o projeto. A partir de 2028 e 2029, os volumes devem aumentar em 80% e 100%, quando entrarem em operação os terminais Nova Mutum e LRV, respectivamente. No total, até 2030, a companhia espera que o aumento da malha adicione 18 milhões de toneladas de grãos.
"Isso é melhor que nossa expectativa inicial que apontava que as operações só iriam iniciar em 2028. O início três anos mais cedo pode adicionar 1,40 real por ação e 0,3% na taxa interna de retorno (TIR), que ainda não estão incorporados no nosso modelo", comentaram. Eles reiteraram recomendação outperform, equivalente à compra, para o papel.
Com uma leitura mais cautelosa para o papel, os analistas Bruno Amorim e João Frizo, do Goldman Sachs, comentaram que acreditam que o mercado não irá precificar totalmente o projeto no curto prazo, devido ao longo prazo esperado para seu retorno no balanço da companhia (com a primeira contribuição no Ebitda somente em 2025).
Eles mantiveram recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo em 18,00 reais, praticamente em linha com a cotação atual.